domingo, 3 de julho de 2011

Jogo da Semana: Yakusa 4


Quando no ano passado recebemos Yakuza 3, foi a primeira vez que tive contacto com esta que é uma das grandes séries da SEGA. A início, Yakuza sempre me pareceu uma exploração daquilo que Shenmue criou no tempo da Dreamcast, isto pelo menos até ter feito a análise ao terceiro. 
Um dos primeiros pontos positivos de Yakuza 3, era o facto de ter uma história ligeiramente afastada dos dois jogos anteriores, o que facilitava em parte, a compreensão do que se tinha passado nos primeiros jogos, enquanto tinham de travar uma nova ameaça.
Yakuza 4 leva esta ideia ainda mais longe, pois apesar de ainda haver uma forte ligação à história de Kazuma Kiryu, a personagem principal de todos os anteriores, agora vão contar com 3 novas personagens jogáveis, cada uma dela com motivos próprios e histórias distintas, que acabam por se cruzar com o enredo principal. Isto permite que os veteranos consigam jogar algo novo, enquanto os novatos vão poder encontrar várias personagens com histórias ainda por descobrir.
Além do regressado Kazuma Kiryu, vão ainda conhecer, Shun Akiyama, um homem dedicado ao empréstimo e posterior cobrança de dívidas; Taiga Saejima, um homem condenado à morte por ter assassinado vários membros do Ueno Seiwa Clan e por fim, Masayoshi Tanimura um jovem polícia "aparentemente" corrupto, que adora apostar em jogos de batota.


Todos estes homens vão acabar por se cruzar com um objectivo em comum, que vão conhecer ao longo das várias horas de cinemáticas e diálogos que Yakuza 4 tem para vocês.Tudo é apresentado ao jeito de uma série de televisão (embora sem que pareça dividido em episódios) e tenta captar ao máximo o espírito das zonas mais obscuras de Tóquio, com os seus gangues, líderes, bares de meninas, etc.


Yakuza 4 procura ser uma recriação bastante fiel de uma parte inteira de Tóquio, que vocês podem explorar a vosso gosto, de forma a avançar entre segmentos de história, realizar missões secundárias, ou ainda realizar actividades totalmente opcionais. 



A exploração dos cenários é feita de forma a lembrar GTA, mas aqui não podem agredir as pessoas de forma livre, nem roubar carros. Atravessar as ruas de Tóquio é passear por entre um mar de pessoas com as quais podem falar, embora nem todas estas tenham diálogos de voz, nem mesmo as mais importantes, sendo necessário chegar a ler grandes blocos de texto de personagens, que por vezes, nem tem nada de jeito para dizer.Ao andar por Tóquio podem ainda encontrar gangues de delinquentes ou mafiosos que tentam fazer-vos a vida negra, envolvendo-vos numa situação de combate, a parte positiva disto, é que todas as personagens do jogo estão prontas para combater e são muito boas a fazê-lo.


O combate de Yakuza 4 é praticamente uma cópia dos anteriores, o cenário é cercado por pessoas, ou outros elementos físicos e vão ter de combater dentro desse espaço. Se são fãs de jogos de luta Beat'em Up, podem pensar neste sistema de luta como uma mistura entre um Streets of Rage (Mega Drive), Shenmue (Dreamcast), e The Bouncer (PS2). Podem realizar combinações entre murros e pontapés, defesas e agarrar os adversários. Outro elemento que está de regresso é a utilização dos objectos do cenário para bater nos inimigos, havendo de tudo para utilizar, havendo paus, pistolas e até bicicletas. Após a derrota dos inimigos, ou através da realização de diversos movimentos específicos, vão acumular pontos de experiência que evoluem a vossa personagem, permitem desbloquear novos movimentos e acumular mais capacidades físicas, ou seja, estamos novamente perante um RPG de acção, que até funciona bastante bem.


Fora de tudo isto, existem várias missões secundarias ou mini-missões que podem fazer para gastar o vosso tempo, vão poder transformar meninas "normais" na maior atracão do clube onde trabalham, treinar lutadores para competir em torneios, ou até mesmo participar em sessões deKaraoke ou jogar nas máquinas de Arcade espalhadas por Tóquio, não está ao nível de umGTA, mas há muito que fazer em Yakuza 4.
Sendo o segundo jogo deYakuza na PS3, dá para ver que o motor gráfico já perdeu algum do seu impacto, especialmente quando andam a passear pelas cidades, mesmo assim, durante as sequências de história e cinemáticas, Yakuza 4 ainda consegue impressionar, e apresentar alguns modelos de personagens bastante bons e credíveis. Os cenários também têm o seu encanto e mesmo que não tenham visitado o Japão, dá para notar que os cenários parecem saídos de uma qualquer metrópole japonesa.Um dos pontos altos vai mesmo para a sonoplastia, sendo muito boa em termos de vozes, não havendo traduções para o Inglês a nível de vozes, mantendo a boa qualidade das vozes japonesas originais. A música também está bastante boa, e faz lembrar um misto entre músicas dos filmes de detectives e acção.


Não esperem acabar Yakuza 4 em meia dúzia de horas, pois isso é quase o tempo que vão demorar a ver as muitas cinemáticas e diálogos do jogo, mas com a história e missões secundárias, há aqui muito que fazer.É inegável que Yakuza 4 já começa a mostrar que a série Yakuza precisa de mudar de ares e arriscar com alguns novos elementos, o que até podia significar numa mudança completa de personagens. De qualquer forma, se gostam de jogos de acção ou de tudo o que esteja relacionado com o Japão, este é um jogo altamente recomendável. Mas atenção, isto não é um GTA, e por isso mesmo, os jogadores mais casuais devem procurar por outras opções.
Daniel Silvestre in MyGames

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