domingo, 24 de julho de 2011

Jogo da Semana: Total War: Shogun 2




Foi há muito, muito tempo, que eu utilizava o Shogun para recreação pessoal e me divertia a utilizar os ninjas ou gueixas para matar generais inimigos, controlar exércitos massivos e, numa determinada altura, recebia os portugueses – sim, eles estavam presentes no primeiro jogo - que me traziam o “dom” da pólvora.Agora, passados praticamente 11 anos desde o original, a Creative Assembly, regressa com oTotal War: Shogun 2, com a promessa de fazer-nos revisitar o Japão feudal, oferecendo-nos a qualidade inerente de um jogo Total War. Para além disso, a produtora , de certa forma, regressa às origens através da “simplificação” do jogo, comparativamente com os dois últimosTotal War.Total War: Shogun 2 passasse em 1545, e nós representamos um poderoso líder de um dos nove clãs, cada um com as suas habilidade, que tem como ambição destruir os seus inimigos e fazer da sua espada a lei, tornando-se o Shogun supremo. Mas isto é só a ponta do icebergue, pois para completarmos o objectivo, iremos passar várias décadas a tomar conta da nossa população, a criar relações diplomáticas e a vergar províncias rivais.


Se estão familiarizados com os jogos Total War, então sabem que este se divide em duas fases muito distintas. Total War: Shogun 2 não é diferente e se na primeira fase teremos uma estratégia por turnos, onde temos de gerir o nosso império, na segunda, damos azo aos combates e estratégia em tempo real, onde controlamos exércitos em combates de grande escala.A primeira fase é crucial para alcançarmos o nosso objectivo e é através dela que iremos estabelecer alianças, trocas comerciais, manter a nossa população contente e desenvolver o nosso exército, enquanto mantemos o olho nos nossos adversários. Porém, Total War: Shogun 2 exige decisões ponderadas e, principalmente, um líder com a capacidade de as tomar na altura certa. Conquistem muitas terras num espaço curto de tempo e irão atrair a atenção dos vossos inimigos. Demorem muito tempo e terão o prazer de visualizar o roubo do trono de Shogun para outro clã. Cada decisão traz possíveis consequências, tornando-as, por vezes, ainda mais importantes que o combate propriamente dito.


Mas é nos combates – em terra ou no mar - que podemos visualizar todo o esplendor de Total War: Shogun 2. Não só pelos incríveis visuais com que somos presenteados, mas pelo facto da IA ter sido melhorada, oferecendo-nos batalhas dignas de ficarem para a história. Algo que também contribui para isso, é o facto das classes terem sido simplificadas, ou seja, resumidamente, existem arqueiros, espadachins, cavalaria e lanceiros. Todos estão subjugados a uma “cadeia alimentar” que nos diz que os espadachins dão cabo dos lanceiros, os lanceiros dão cabo da cavalaria e por aí adiante. Esta simplificação das classes de combate permite-nos focar essencialmente no combate. Em adição e como já foi referido, existem também as batalhas navais, que servem o seu propósito mas que não oferecem o mesmo nível de profundidade das batalhas em terra.Como disse, a IA foi alvo de revisão, apresentando-se bastante melhorada, exibindo comportamentos dignos de referência. Se deixarmos um flanco desprotegido, a IA encarregar-se-á de explorar essa debilidade. O mesmo acontece com os arqueiros que procuram terreno mais alto e se escondem nas árvores ou através do afastamento da cavalaria dos lanceiros. Porém, se quiserem pôr à prova as vossas habilidades, Total War: Shogun 2 oferece a fantástica possibilidade de enfrentarem jogadores de carne e osso em missões para a campanha.

O Avatar Conquest mode é recebido de bom agrado e é nele que poderemos fazer combates contra jogadores de carne e osso, formar um clã e posteriormente partir à conquista do território japonês. Neste modo gerimos um “eu” virtual, que podemos personalizar com novos acessórios e habilidades (capacetes, armaduras, skill etc...), que são desbloqueados consoante as nossas acções no terreno. Para além disso, neste modo, não precisamos de nos preocupar com a gestão das nossas províncias, sendo o foco as lutas online 1 vs 1 ou em combates por equipas. E como se trata de um modo online, a evolução é uma constante, sendo a principal responsável pela abertura de novas portas e habilidades.


Mas toda esta acção é acompanhada de detalhes visuais e animações impressionantes, apenas desfrutados com uma máquina artilhada. Cada soldado tem uma cara diferente e uma animação independente, dando uma excelente sensação de imersão na batalha. As flechas incandescentes rasgam os céus, deixando um rasto de fumo durante sua passagem ao mesmo tempo que causam um efeito espectacular quando em contacto com o chão, inimigo e/ou casas que estejam no caminho. As paisagens também demonstram uma rara beleza e olhando para aqueles montes verdejantes ou cheios de neve, em que o sol espreita de forma tímida, nunca nos passaria pela cabeça que são o palco para confrontos mais cruéis e implacáveis que poderíamos assistir.O departamento sonoro é tudo o que podíamos esperar. O acompanhamento musical é o típico tradicional japonês, com tambores que elevam o espírito durante as batalhas e melodias mais calmas utilizadas, por norma, durante a fase de turnos, não estivéssemos nós a falar de um jogo que retrata o Japão Medieval. Algo deveras interessante, é-nos oferecida através da possibilidade de ouvirmos os discursos do nosso general, em japonês e devidamente legendados em inglês, antes do começo de cada batalha.Em suma, Total War: Shogun 2 traz-nos uma imensidão de conteúdo, capaz de nos manter entretidos por muito e muito tempo. A Creative Assembly está de parabéns Para além de ser um “must have” para os fãs da série, qualquer pessoa que aprecie um bom jogo de estratégia deve, no mínimo, experimentá-lo. Estamos perante um dos melhores e mais completos jogos de estratégia da actualidade.

Bruno Sirgado in MyGames

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