sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Horas Rubras


Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

Oiço olaias em flor às gargalhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas...

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve e branca e mist'riosa...
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!


Florbela Espanca in "Livro de Sóror Saudade"

5 comentários:

Anónimo disse...

Só apetece dizer: "Cala a minha boca com a tua"

Unknown Soldier disse...

"O amor não é um sentimento, é uma arte."

Morand, Paul

Anónimo disse...

Não só... mas também!! Ou então...

"L'amore propriamente non esiste. É una ipotesi, una grande, una smisurata ipotesi."

Alberto Savinio

Unknown Soldier disse...

"O marea d'amore
sul ramo di mare del cuore...
Ma invera o invanisce il cuore?"

Patrizia Valduga

Anónimo disse...

Para saber de amor, para aprenderle,
haber estado solo es necesario.

Jaime Gil de Biedma

WHO AM I ???

A minha foto
Wait until the war is over And we're both a little older The unknown soldier