terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mass Effect



Muitos são aqueles que quando ouvem falar de um RPG pensam logo num jogo complexo, longo e enfadonho. De uma certa maneira tem razão, pois este tipo de jogos requer muita dedicação, muitas horas perdidas e muita paciência. Claro que nem toda gente possui estes requisitos, logo este é um género que não pode agradar a todos.
Mass Effect assenta bem nesta descrição. É sem margem para dúvida um RPG bastante exigente que requer bastante dedicação e tempo disponível. Para quem não possuir paciência nem tempo esqueça este jogo pois nunca irá descobrir a sua verdadeira qualidade.
Este é sem dúvida um jogo muito esperado pela comunidade de jogadores PC. Mass Effect sempre foi motivo para os possuidores de uma Xbox 360 se gabarem, pois tinham em exclusivo um dos melhores RPGs do momento, que é a mais pura das verdades. Mass Effect era, e continua a ser, um jogo obrigatório para todos os amantes deste género que possuam a consola da Microsoft.
Apesar da complexidade inerente aos RPGs, Mass Effect tem uma curva de aprendizagem bastante rápida. Com menus intuitivos de fácil acesso e com total descrição das suas funcionalidades tornando assim bastante fácil a navegação.
Como já foi referido, Mass Effect é originário da Xbox 360 e sempre que um jogo para consolas é posteriormente convertido para PC ficamos sempre com um pé atrás. Muitas conversões são um autêntico pesadelo, negligenciando por completo a especificidade desta plataforma de jogos. Mais uma vez a Bioware está de parabéns, pois a versão para PC é bem mais do que uma simples conversão. Um bom exemplo disso é o controlo da nossa personagem, onde o teclado e rato funcionam na perfeição.
Mass Effect para PC é praticamente igual à versão para a consola da Microsoft. Tudo de bom existente no jogo para a Xbox 360 está presente, mas ainda com mais qualidade. Foram introduzidas melhorias a nível do grafismo, os controlos foram adaptados e o interface redesenhado. Tudo para encaixar que nem uma luva ao estilo característico desta plataforma de jogos.
Mas falemos um pouco do universo criado para Mass Effect. A Bioware, conhecida pela sua excelência em jogos como Star Wars: Knights of the Old Republic, Neverwinter Nights ou mesmo Jade Empire entre muitos outros, criou uma galáxia simplesmente monstruosa. Temos múltiplos planetas para explorar e um infindável número de locais a percorrer. Missões, essas são para todos os gostos. Temos como é claro as principais e aquelas mais secundárias que servem para nos recompensar com alguns “items” e extra XP.
A condizer temos também uma história muito bem delineada com um enredo riquíssimo onde encarnamos a personagem de Shepard, um soldado que tem a colossal tarefa de salvar a galáxia. Com o desenrolar do jogo vamo-nos tornar num soldado de elite conhecido por “Specter” e comandar uma nave espacial, a Normandy.
Todo o enredo, toda a atmosfera e toda a ênfase cinematográfica criada no jogo reporta-nos logo para universos como o de Star Wars ou mesmo Star Trek. Nesse aspecto Mass Effec está de parabéns.

Mass Effect é um jogo de decisões, sempre que dialogamos com alguém somos obrigados a decidir qual a via que pretendemos tomar. Algumas decisões tem influência no desenrolar da história mas outras são completamente irrelevantes. De referir que o nosso personagem é levado a optar por dois tipos de abordagem ao jogo. Podemos ser mais amistosos ou simplesmente agir de forma mais agressiva e intimidadora. A nossa escolha vai influenciar a nossa personalidade e o que os outros pensam de nós, para o bem e para o mal.
Voltando novamente ao universo de Mass Effect, nunca é demais referir o excelente enredo criado pela Bioware. Mas o que seria de uma boa história sem uma boa representação? De facto é de louvar a boa qualidade dos diálogos. A locução está muito bem conseguida e as personagens apresentam uma qualidade gráfica bem acima da média. As texturas são muito detalhadas e os movimentos faciais bem realistas. É de destacar a excelência dos extraterrestres a nível visual, simplesmente fenomenal. Mas toda esta beleza gráfica tem o seu lado negativo, somos obrigados a ter um PC já bem potente para correr o jogo em toda a sua glória.
Mas nem tudo é perfeito, em relação aos diálogos temos que referir o facto de alguns serem demasiado extensos, tornando estas fases do jogo algo monótonas, quase que nos convidando a pressionar a tecla “espaço” para avançar no jogo. Em relação ao grafismo, notamos algumas imperfeições ao nível das sombras na face dos personagens, chega a nos distrair um pouco mas nada de muito grave. Outro ponto a apontar é a fraca qualidade visual do mundo que nos rodeia. Apesar de alguns locais estarem visualmente aceitáveis, outros parece que foram esquecidos. Em ambientes interiores as coisas estão aceitáveis mas no exterior de certos planetas as coisas tornam-se bem complicadas. A qualidade gráfica é bastante modesta.


Personagens com enorme detalhe!

A nível sonoro o jogo não impressiona mas também não compromete. Já foi referida a excelente qualidade da locução das diversas personagens, quanto ao resto, o normal neste género de jogos.
Passemos agora à acção mais propriamente dita. Em Mass Effect a Bioware implementou um sistema bem típico dos jogos em terceira. Movimentos presentes em jogos como Gears of War ou mesmo Uncharted: Drake's Fortune fazem a sua aparição. Recordam-se do sistema de cobertura utilizado em Uncharted: Drake's Fortune? Recordam-se do bem nosso conhecido “sprint” de Gears of War? Mass Effect também os possui.
Quanto aos combates, bem, todos eles são efectuados com armas de fogo, num total de cinco onde não podia faltar uma sniper e mesmo uma shotgun. É claro que também podemos usar poderes Tech/bióticos que muito se assemelha à bem nossa conhecida “força” existente em Star Wars. Com esses poderes conseguimos por exemplo desarmar um inimigo ou desactivar o seu escudo. Combates corpo a corpo não existem em Mass Effect, ou quase, mas muita falta eles fazem. Sempre que um inimigo se encontra junto a nós os combates tornam-se algo confusos.
Um dos aspectos estranhos no jogo é a inteligência artificial dos inimigos. Nos combates efectuados em cenários internos eles revelam-se razoavelmente astutos, tentam esconder-se e quando estão em vantagem não perdem tempo em avançar na nossa direcção. Já em combates no exterior, muitas são as vezes que apenas se limitam a ficar estáticos à espera de morrer. Por falar em exterior, não podíamos deixar de fazer uma referência ao veículo, Mako, que conduzimos no exterior. É simplesmente ridículo e traumatizante o seu controlo, chegando a ser um pouco anedótico os saltos que ele dá quando pressionamos a tecla “espaço”. Sinceramente achamos deveras lamentável que a Bioware não tenha criado um meio de transporte mais interessante.

Durante o jogo somos acompanhados por mais duas personagens que podemos ir trocando. Em determinadas alturas temos a possibilidade de recrutar mais aliados até um máximo de seis. Em algumas ocasiões como quando saímos da nossa nave, somos obrigados a escolher dois dos elementos disponíveis. Cada um tem características únicas, uns mais poderosos em combate, outros com mais habilidades bióticas e outros com mais aptidões mecânicas.
Durante um combate podemos utilizar os diversos poderes/ataques que a nossa equipa possui, para isso basta pressionar a tecla “espaço” que pausa o jogo, permitindo assim aceder ao interface para escolher os ataques que vamos efectuar. Diga-se de passagem que o interface de combate implementado nesta versão é bastante superior ao da Xbox 360, é bem mais simples e intuitivo.
RPG que se preze não dispensa a recolha de “items” ao longo de todo o jogo e Mass Effect não foge à regra. Convêm vasculhar bem todos os locais à procura quer de medicamentos, munições, armaduras, créditos, etc. Temos também a possibilidade de comprar ou vender os respectivos “items”, para isso temos sempre ao nosso dispor nos diversos locais indivíduos que servem como nossos fornecedores.


Os diálogos são uma constante no jogo.

A gestão de todos os “items” que vamos adquirindo é que poderia ser bem melhor. É demasiado confuso quando por exemplo tentamos escolher que tipo de munições colocar em determinada arma. Por mais que queiramos fazer a escolha acertada damos por nós a decidir sem qualquer tipo de critério e seja o que Deus quiser.
A Bioware criou um jogo deveras cativante com uma história bem construída, personagens muito credíveis e um grafismo a condizer. Todos os amantes de RPGs vão adorar Mass Effect, depois de “entrar” no jogo só o largamos quando chegarmos ao fim. Temos pela nossa frente entre 20 a 30 horas de jogo, dependendo é claro do grau de dificuldade que se escolhe e do número de missões secundárias que fazemos. Quando chegamos ao final do jogo ficamos a pensar se podemos realmente alterar o rumo da história consoante as nossas decisões. A resposta infelizmente é não, por mais que tentemos o final é praticamente o mesmo, retirando assim alguma da vontade de o voltar a jogar. Podemos sempre experimentar jogar com uma classe diferente, abordando o jogo de uma perspectiva um pouco diferente.
Apesar de todos os pontos positivos presentes em Mass Effect o jogo sofre de pequenos problemas que lhe retiram alguma qualidade. Diálogos por vezes demasiado extensos, qualidade gráfica no geral fraca apesar da excelente caracterização das personagens. Também de lamentar é o facto de não podermos alterar o curso da história do jogo, seria sem dúvida uma mais-valia para Mass Effect. Outro aspecto que nos deixou deveras traumatizados, como já foi referido anteriormente, é o controlo do veículo que temos à nossa disposição, simplesmente não parece fazer parte do mesmo jogo.
Como nota final não podíamos deixar de referir e alertar para o facto do jogo exigir ligação à internet para a sua respectiva activação. Depois de activado a presença do DVD no leitor do PC deixa de ser necessária.


Mass Effect Análise PC Xbox 360 Análise por Adolfo Soares 8/10
EuroGamer




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