domingo, 31 de janeiro de 2010

Eddie Vedder - Long Nights

Have no fear 
For when I'm alone 
I'll be better off than I was before 

I've got this light 
I'll be around to grow 
Who I was before 
I cannot recall

 Long nights allow me to feel... 
I'm falling...I am falling 
The lights go out 
Let me feel 
I'm falling 
I am falling safely to the ground 
Ah... 

 I'll take this soul that's inside me now 
Like a brand new friend 
I'll forever know 

 I've got this light 
And the will to show 
I will always be better than before 

 Long nights allow me to feel... 
I'm falling...I am falling 
The lights go out 
Let me feel 
I'm falling 
I am falling safely to the ground

Não te arrependas



Não te arrependas, Amada, porque a mim tão depressa te deste! 
Podes crer, nem por isso de ti penso coisas insolentes e vis! 
Vária é a acção das setas do Amor: algumas arranham, 
E do rastejante veneno languesce pra anos o peito. 
Mas, com penas potentes e gume afiado de fresco, 
Outras penetram até ao tutano e rápido inflamam o sangue. 
Nos tempos heróicos, quando Deuses e Deusas amavam, 
Ao olhar seguia o desejo, ao desejo o prazer. 
Crês tu que a Deusa do Amor pensou muito tempo 
Quando no bosque de Ida um dia Anquises lhe agradou? 
Se Luna tardasse a beijar o belo dormente, 
Auiora, invejosa, em breve o teria acordado. 
Hero descobriu Leandro no festim ruidoso, e ligeiro, 
Ardente saltou o amante pra a corrente nocturna. 
Rhea Sílvia, a virgem princesa, vai descuidosa 
Buscar água ao Tibre, e o Deus dela se apossa. 
Assim Marte gerou os seus filhos! — Uma loba amamenta 
Os Gémeos, e Roma nomeia-se princesa do mundo. 

Johann Wolfgang von Goethe in "Elegias Romanas" 
Tradução de Paulo Quintela

sábado, 30 de janeiro de 2010

Artes Marciais - Karate de Okinawa

Durante a dinastia Ming (1368 a.C. a 1644 a.C.), a história conta-nos da existência de cinco monges que escaparam a destruição do Templo Shaolin (na China) tendo ficado conhecidos como " Os Cinco Ancestrais", vagueando por toda a China e ensinando cada um deles o seu próprio estilo de Kung Fu. Vários historiadores acreditam que deste facto surgiram os popularmente conhecidos estilos de Kung Fu:
O Tigre, O Dragão, O Leopardo, A Serpente e A Garça.
A Ilha de Okinawa (”Oki”: em Japonês oceano ou grande, e “nawa”: traduz-se por cadeia, corrente ou corda) tem um aspecto de uma corda nodosa e flutuante e é o centro de um arquipélago denominado pelos chineses de RyuKyu, estendendo-se desde o extremo sul do Japão até a ilha Formosa. A sua área de 1500 Km2 compreende uma centena de quilómetros de comprimento e uma largura variável entre os 30 e os 40 km, ocupando sozinha mais de metade da superfície do dito arquipélago RyuKyu.
Detêm uma posição privilegiada, uma vez que se encontra situada entre o Japão, a China e o Sudeste Asiático (Vietname, Tailândia, etc.) e rapidamente tornou-se num entreposto comercial extremamente activo.
Por volta do século XIV, a Ilha encontrava-se dividida em três reinos:
Chuzan era o maior deles e compreendia o centro da ilha, encontrando-se Hokuzan a Norte e Nazan a Sul.
Em 1349 o rei Chuzan faz uma aliança com a China e dá origem a um intercâmbio entre ambos os reinos (chineses e de Okinawa), onde as aldeias de Naha e Shuri se tornam cidades comerciais prósperas, empórios de todos os produtos do sudoeste asiático e onde se "acotovelavam" japoneses, chineses, indianos, malaios, tailandeses, árabes, etc. A história ainda refere que no ano de 1372, o rei de Okinawa Satto prestou voto de obediência ao Império Chinês Ming (1368-1644) e passou-lhe a pagar um tributo.
Cerca do ano de 1393 a china da Dinastia Ming manda para Okinawa um importante grupo de artesãos e artistas - mencionados em antigos documentos como “As 36 Famílias” – os quais se estabelecem em Okinawa numa pequena colónia, a pedido do governo da ilha, desempenhando um papel de vera importância na evolução cultural dos habitantes locais, ensinando-lhes a escrita chinesa (Kanji), prestando diversos serviços na administração pública do pequeno reino e destacando-se entre estes indivíduos aqueles que tinham conhecimento de Boxe Chinês e através dos quais surgem os primeiros vestígios de Shaolin Zu Kempo ou Chuan Fa, não se podendo contudo afirmar que essa arte tenha sido oficialmente introduzida por "verdadeiros mestres".
Em 1429, o Rei Sho Hashi unificou Okinawa, mas a queda deste império foi determinada por Sho Shi, que temendo a repetição dos conflitos e revoluções que grassavam pelo sudoeste asiático lança um édito, proibindo a manufactura e manuseio de armas pela população.
No inicio do século XVII, o Japão que saía de mais uma terrível guerra civil sendo vencedor o clã dos Togukawa e o vencido o clã dos Satsuma, dirigido pela família Shimazu. O novo Shogun demonstrando-se um hábil estratega e excelente diplomata desvia o furor dos Satsuma, derrotados mas não destruídos para arquipélago de Ryukyu (maneira astuciosa de se livrar do inimigo e estabelecer controlo japonês sobre uma Ilha então submissa à China).
Precisamente no dia 5 de Abril de 1609 os Satsuma invadem Okinawa que caiu sob o seu jugo após uma ligeira resistência e tomou o Castelo de Shuri, lá permanecendo até 1879, quando a ilha se tornou parte do império japonês, incorporada ao Império de Mitsuhito.
Mesmo depois da referida invasão e ocupação pelos Japoneses o comércio e o intercâmbio com a China mantiveram-se inalterados.
Anos mais tarde um representante militar chinês, Kong Shang-Kung, desembarcava em Okinawa, sendo identificado na ilha como Kushaku, um experiente praticante do sistema de Shaolin. Nos seis anos em que habitou em Okinawa, Kushaku ensinou o sistema (Tode) a dois habitantes de Okinawa, futuros Mestres Sakugawa e Kitan Yari.
Em 1669 o Clã Satsuma proibiu o uso de qualquer arma a não ser pelos Samurais, e com esta lei teve origem a arte do Kobudo, na qual os nativos de Okinawa utilizavam as ferramentas básicas do seu dia-a-dia (sai, tonfa, bo, kama, etc.) como armas. Porém, é difícil encontrar certezas no que respeita aos habitantes de Okinawa terem desenvolvido técnicas de luta devido a esta proibição do uso de armas pelos governantes do clã Satsuma. Tendo por sua vez, as evidências demonstrado que após 1609, o Ti era praticado como defesa pessoal e como meio de desenvolvimento físico pelos membros da nobreza.
A existência do TI pode ser comprovada desde o início do século XVII através de um poema escrito pelo eminente professor nativo de Okinawa nascido em 1663 chamado Teijunsoku (também conhecido como Nago Oyakata ) e que diz:
Não importa o quanto se esmerem na arte do Ti,
e nos seus esforços escolásticos,
nada é mais importante do que o vosso comportamento
e a vossa humanidade conforme o que se observa no quotidiano da vida.

Logo após a ocupação, Shimazu proibiu novamente o uso de porte de armas e também qualquer tipo de prática marcial, mas mesmo com a proibição da prática de qualquer actividade marcial, os habitantes de Okinawa continuaram a faze-lo em segredo criando o seu sistema de defesa pessoal, tendo assim o século XVIII assistido ao nascimento do TODE (mão chinesa) ou Okinawa-Te, ancestral ao Karate.
Sem dúvida que o dominante das técnicas de combate de mãos nuas era chinês e tinham sua “origem” no mosteiro de Shaolin na China (Kung Fu) e a proibição despertou o interesse pelas técnicas de combate e generalizou a prática até então restrita a uma minoria.
Foi com certeza uma época de treinos enfurecidos em lugares secretos, geralmente à noite, longe dos centros habitados entre discípulos de confiança. Ambiente que se manteve continuo até final do século XIX e o qual explica em parte a falta de documentos escritos sabendo-se pouco ao nível técnico neste período, excepto que os pés e as mãos tornavam-se armas eficientes e rápidas, capazes de substituírem as armas banidas.
Em 1868, o Japão entra na era Meiji, marcando a abolição do antigo sistema feudal e o nascimento de uma nova sociedade, mantendo-se Okinawa na posição de reino semi-independente até pouco depois da restauração Meiji.
Antes de 1879 as artes marciais eram reservadas às famílias mais nobres, e mesmo após essa data, poucas pessoas dos grupos sociais menos favorecidas (com pouco dinheiro ou sem tradição social) tinham ânimo para praticá-las.
O Tode começou a ser chamado karate na primeira metade do século XX, e embora a sua introdução tenha sido uma contínua evolução, muito do karate que é ensinado hoje em dia, ao contrário da crença popular, está baseado no Boxe Chinês (principalmente da área de Fuchou) trazido para Okinawa entre 1850 e 1950, alcançando o seu pico de introdução no final do século XIX.
O Tode desenvolveu-se, desta forma, no final do séc. XIX e inicio do século XX no meio das classes shizoku e dos seus descendentes, principalmente os habitantes de Naha, Tomari e Shuri.
Devido a diversos factores políticos a designação TODE de origem chinesa é alterada no seu kanji pelo mestre Gichin Funakoshi para Karate (mão vazia - japonês).
O Karate de Funakoshi teve origem na versão de Itosu do estilo ''shorin-ryu'' de Matsumura e que é comummente chamado de ''shorei-ryu''. Posteriormente o estilo de Funakoshi foi chamado por outros de ''shotokan'', tendo sido popularizado no Japão e introduzido nas escolas secundárias antes da Segunda Guerra Mundial.
Como muitas das artes marciais praticadas no Japão, o karate fez a sua transição para o ''karate-do'' no início do século XX.
O ''do'' em ''karate-do'' significa caminho, palavra que é análoga ao familiar conceito de ''tao''. Como foi adaptado na moderna cultura japonesa, o karate está imbuído de certos elementos do zen budismo, sendo que a prática do karate algumas vezes é chamada de “zen em movimento”. As aulas frequentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação (mokuso). Também a repetição de movimentos, como a executada no ''kata'', é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrolo, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. A influência do zen nesta arte marcial depende muito da interpretação de cada instrutor.
A modernização e sistematização do karate no Japão também incluíram a adopção do uniforme branco (karategi) e de cintos de várias cores indicadoras do nível alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por Jigoro Kano, fundador do Judo, uma vez que existiam fotos de antigos onde praticantes de karate em Okinawa surgem perante os seus mestres em roupas do dia-a-dia.
Durante anos o karate evoluiu em três linhas e três cidades distintas o Shuri-te de Shuri, o Naha-te de Naha e o Tomari-te de Tomari; cada um com características distintas:
Shuri-te = principalmente ofensivo, primava pela leveza e velocidade.
Naha-te = Principalmente defensivo primava pela poder interno e potente golpe.
Tomari-te = Era uma mistura de ambos os estilos anteriores e originou o estilo Shito-Ryu de Itosu.
Neste século XVIII também pouco se pode afirmar já que eram ensaiados os primeiros katas, mas muitos movimentos e atitudes estavam camuflados nas danças tradicionais a fim de despistar a desconfiança das autoridades. Ainda hoje podemos verificar e analisar estes movimentos nas danças tradicionais de Okinawa.
Porém pouco a pouco, homens mais dotados surgiram, estilos se diversificaram e líderes que vieram a se tornar mestres codificaram o seu estilo.
No século XIX foi a época da eclosão do Karate de Okinawa, logo no início desse século ou talvez no final século XVIII, as três grandes linhas mencionadas anteriormente surgiram em força.
Ao redor de Naha formou-se o Naha-Te, onde as suas técnicas fazem lembrar o Kung Fu do sul da China, com ênfase na utilização dos membros superiores (técnicas de punho curtas, circulares e destruidoras), a busca pelo corpo a corpo nas posições estáticas e pontapés baixos, é o estilo duro e flexível que produzirá o Goju Ryu designação criada pelo mestre Chojun Miyagi e que se distingue igualmente pela busca respiratória “IBUKI”, uma forma de Chi Kung Chinês (procura pela mobilização da energia vital interna).
Os katas são variados e complexos: Seisan, Saifa, Sanseru, Sanchin, Tensho, Sanseru, Suparinpei, etc.
A popularidade do karate de Okinawa cresceu por todo o mundo à medida que os próprios habitantes de Okinawa passaram a emigrar para o exterior em busca de melhores oportunidades, aproveitando para ensinar esta fascinante e eficiente arte marcial.


Karate-do (caminho da mão vazia) ou, simplesmente, Karate, é uma forma de budo (caminho marcial), o qual enfatiza as técnicas de percussão atemi waza (i.e. defesas, socos e pontapés) ao invés das técnicas de projecções e imobilizações. O treino de Karate pode ser dividido em três partes principais:
Kihon, Kata e Kumite.
Kihon (fundamentos) é o estudo dos movimentos básicos.
Kata (forma, padrão) é uma espécie de luta contra um inimigo imaginário expressa em sequências fixas de movimentos.
Kumite (encontro de mãos) é a luta propriamente dita. Na sua forma mais básica é combinada (com movimentos pré-determinados) entre os lutadores para, posteriormente, alcançar o jyu kumite (combate livre ou sem regras).
O Karate desportivo, ou combate com regras, é conhecido como Shiai-kumite.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nickelback - Never gonna be alone

 
Time, is going by, so much faster than I, 
And I'm starting to regret not spending all of it with you. 
Now I'm, wondering why, I've kept this bottled inside, 
So I'm starting to regret not telling all of this to you. 
So if I haven't yet, I've gotta let you know... 

Never gonna be alone! 
From this moment on, if you ever feel like letting go, 
I won't let you fall... 
Never gonna be alone! 
I'll hold you 'til the hurt is gone. 

And now, as long as I can, I'm holding on with both hands, 
'Cause forever I believe that there's nothing I could need but you, 
So if I haven't yet, I've gotta let you know... 

Never gonna be alone! 
From this moment on, if you ever feel like letting go, 
I won't let you fall. 
When all hope is gone, I know that you can carry on. 
We're gonna see the world out, 
I'll hold you 'til the hurt is gone. 

Oh! 
You've gotta live every single day, 
Like it's the only one, what if tomorrow never comes? 
Don't let it slip away, 
Could be our only one, you know it's only just begun. 
Every single day, 
Maybe our only one, what if tomorrow never comes? 
Tomorrow never comes... 

Time, is going by, so much faster than I, 
And I'm starting to regret not telling all of this to you. 
So if I haven't yet, I've gotta let you know... 

Never gonna be alone!
From this moment on, if you ever feel like letting go, 
I won't let you fall. 
When all hope is gone, I know that you can carry on. 
We're gonna see the world out, 
I'll hold you 'til the hurt is gone. 

I'm gonna be there always, 
I won't be missing one more day, 
I'm gonna be there always, 
I won't be missing one more day.

Vencer o Medo

 


Parecemos estar hoje animados quase exclusivamente pelo medo. Receamos até aquilo que é bom, aquilo que é saudável, aquilo que é alegre. E o que é o herói? Antes de mais, alguém que venceu os seus medos. É possível ser-se herói em qualquer campo; nunca deixamos de reconhecer um herói quando este aparece. A sua virtude singular é o facto de ele ser um só com a vida, um só consigo próprio. Tendo deixado de duvidar e de interrogar, acelera o curso e o ritmo da vida. O cobarde, par contre, procura deter o fluxo da vida. E claro que não detém nada, a menos que se detenha a si próprio. A vida continua sempre a avançar, quer nos portemos como cobardes, quer nos portemos como heróis. A vida não impõe outra disciplina - se ao menos o soubéssemos compreender! - para além de a aceitarmos tal como é. Tudo aquilo a que fechamos os olhos, tudo aquilo de que fugimos, tudo aquilo que negamos, denegrimos ou desprezamos, acaba por contribuir para nos derrotar. O que nos parece sórdido, doloroso, mau, poderá tornar-se numa fonte de beleza, alegria e força, se o enfrentarmos com largueza de espírito. Todos os momentos são momentos de ouro para os que têm a capacidade de os ver como tais. A vida é agora, são todos os momentos, mesmo que o mundo esteja cheio de morte. A morte só triunfa ao serviço da vida.

Henry Miller in "O Mundo do Sexo"

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Creed - One Last Breath


Please come now I think I'm falling
I'm holding on to all I think is safe
It seems I found the road to nowhere
And I'm trying to escape

I yelled back when I heard thunder
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge
And I'm thinking maybe six feet
Ain't so far down

I'm looking down now that it's over
Reflecting on all of my mistakes
I thought I found the road to somewhere
Somewhere in His grace

I cried out, "Heaven save me"
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge
And I'm thinking maybe six feet
Ain't so far down

Hold me now
I'm six feet from the edge
And I'm thinking maybe six feet
Ain't so far down
I'm so far down

Sad eyes follow me
But I still believe there's
Something left for me
So please come stay with me

'Cause I still believe there's
Something left for you and me
For you and me
For you and me

Hold me now
I'm six feet from the edge
And I'm thinking

Hold me now
I'm six feet from the edge
And I'm thinking maybe six feet
Ain't so far down

Hold me now
I'm six feet from the edge
And I'm thinking maybe six feet
Ain't so far down

Please come now I think I'm falling
I'm holding on to all I think is safe

Comparar-te a um Dia de Verão?



Comparar-te a um dia de verão? 
Há mais ternura em ti, ainda assim: 
um maio em flor às mãos do furacão, 
o foral do verão que chega ao fim. 
Por vezes brilha ardendo o olhar do céu; 
outras, desfaz-se a compleição doirada, 
perde beleza a beleza; e o que perdeu 
vai no acaso, na natureza, em nada. 
Mas juro-te que o teu humano verão 
será eterno; sempre crescerás 
indiferente ao tempo na canção; 
e, na canção sem morte, viverás: 
Porque o mundo, que vê e que respira, 
te verá respirar na minha lira. 

William Shakespeare, in "Sonetos" 
Tradução de Carlos de Oliveira

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

U2 - Kite

"I'm a man, I'm not a child

A man who sees

The shadow behind your eyes"


Something is about to give
I can feel it coming
I think I know what it means
I'm not afraid to die
I'm not afraid to live
And when I'm flat on my back
I hope to feel like I did

'cause hardness, it sets in
You need some protection
The thinner the skin

I want you to know
That you don't need me anymore
I want you to know
You don't need anyone, or anything at all

Who's to say where the wind will take you
Who's to say what it is will break you
I don't know, which way the wind will blow
Who's to know when the time has come around
Don't want to see you cry
I know that this is not goodbye

In summer I can taste the salt in the sea
There's a kite blowing out of control on a breeze
I wonder what's gonna happen to you
You wonder what has happened to me

I'm a man, I'm not a child
A man who sees
The shadow behind your eyes

Who's to say where the wind will take you
Who's to say what it is will break you
I don't know, where the wind will blow
Who's to know when the time has come around
I don't want to see you cry
I know that this is not goodbye

Did I waste it?
Not so much I couldn't taste it
Life should be fragrant
Roof top to the basement
The last of the rocks stars
When hip-hop drove the big cars
In the time when new media
Was the big idea
What was the big idea

Coração do Sonho



"No coração do sonho, estou sozinho. Estou no isolamento perfeito da criatura diante do mundo."

  Béguin, Albert in  "Poesia da Presença"

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

The Cure - To Wish Impossible Things



Remember how it used to be
When the sun would fill up the sky
Remember how we used to feel
Those days would never end
Those days would never end

Remember how it used to be
When the stars would fill the sky
Remember how we used to dream
Those nights would never end
Those nights would never end

It was the sweetness of your skin
It was the hope of all we might have been
That fills me with the hope to wish
Impossible things

But now the sun shines cold
And all the sky is grey
The stars are dimmed by clouds and tears
And all I wish
Is gone away
All I wish
Is gone away

All I wish
Is gone away

Desejo Indomável


Como corre a gazela
pela sombra dos bosques,
enlouquecida pelo próprio perfume,
assim corro eu, enlouquecido,
nesta noite do coração de maio
aquecida pela brisa do Sul.

Perdi o caminho
e erro ao acaso.
Quero o que não tenho,
e tenho o que não quero.

A imagem do meu próprio desejo
sai do meu coração
e, dançando diante de mim,
cintila uma e outra vez,
subitamente.

Quero agarrá-la, mas escapa-se.
E, já longe, chama-me outra vez
do atalho ...
Quero o que não tenho
e tenho o que não quero.

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Eddie Vedder - The Wolf


EssencialMente Selvagem



Montanhas inóspitas, ventos agrestes e gelados, vales fervilhantes de vida, brisas amenas e refrescantes, rios e lagos, arbustos e árvores, por todos os lugares passei e em muitos coexisti, porém há muito que deixei a “alcateia”, vivo o silêncio e a paz, sou um velho Lobo Solitário.
Já não corro o que corri, já não caço como cacei…estou consciente de que a vida traduz os caminhos e lugares por nós escolhidos…não procuro reconhecimento dos outros e muito menos que me aceitem sem sequer ver para além do meu eu físico, sou o Espírito que se exaure no vento.
Não faço concessões banais e já não procuro um qualquer abrigo, vivo comigo mesmo, fidelidade aos que me amam e em mim acreditam, para todos os outros deixo-os apenas residir no meu esquecimento, não quero ser mais um domado, num mundo de ineptos, sou Selvagem e vivo Só.
Acredito na essência, na consciência, no belo, no real, no intenso, na verdade, e tudo sem reservas contudo apenas em mim, pois faz muito tempo que abandonei a minha “alcateia” e em nada creio neste mundo vil e fútil em que se vende o próximo por um mero reconhecimento factual, sou um velho Lobo Ciente.
Vi o que não quis, acreditei em algo irreal, corri e vivi sem que as verdades essenciais fossem uníssonas e parti rumo ao meu “interior”, solitário, consciente, existencial…percorri a vida de até então inúmeras vezes e senti a colisão abrupta da vigorosa verdade, sou espírito em mim.
Gosto do sol nascente, gosto do pôr-do-sol, gosto do luar, gosto do ar puro, gosto das árvores, arbustos, giestas e da relva…gosto da fragrância do mar, gosto das dunas, das rochas e da areia…gosto do cheiro emanado da terra após uma breve e rigorosa chuvada em tempo seco, gosto do aroma das flores na primavera, gosto do sabor agridoce das especiarias, gosto das cores do arco-íris após um dia de tempestade… gosto do verdadeiro ser, do sincero sentimento, do real do momento, da irrealidade sentimental, do amar exuberantemente, do sexo transcendente e incondicional…gosto da plenitude de tudo e de nada mas com verdade, Sempre, sou um Selvagem Espírito de um velho Lobo Solitário.

UnKnown Soldier

domingo, 24 de janeiro de 2010

À Luz da Lua!


Iamos sós pela floresta amiga,
Onde em perfumes o luar se evola,
Olhando os céus, modesta rapariga!
Como as crianças ao sair da escola.

Em teus olhos dormentes de fadiga,
Meio cerrados como o olhar da rola,
Eu ia lendo essa ballada antiga
D'uns noivos mortos ao cingir da estola...

A Lua-a-Branca, que é tua avozinha,
Cobria com os seus os teus cabellos
E dava-te um aspeto de velhinha!

Que linda eras, o luar que o diga!
E eu compondo estes versos, tu a lel-os,
E ambos scismando na floresta amiga...

António Nobre in "Só"

Moonspell - Luna



Bleed no reflection 
Upon the waters that you fear 
Make things happen 

Accept no resignation 
For some life has been cruel 
You have set the mood 

Thinking about you... Luna 

Lay the serpent's egg 
In this world of make believe 
And make things real 

My seed of a lunacy 
Was a sign made to resist 
A mood set from birth 

Thinking about you... Luna 

Show me your moon burns 
Take me as the moon burns 
The freezing moon 
Making things real for me 
The killing Moon 
Making things happen for me 

Luna - all above 
Wound of light in the enemy skies 
Make things happen for me 

On the eve of self destruction 
On the eve of all can be...Thinking about you

sábado, 23 de janeiro de 2010

Artes Marciais - Kung Fu

Wushu (武術 ou 武术; pinyin: wǔshù) é um termo chinês que literalmente significa: Arte da Guerra. Este é o termo correcto para o qual no ocidente se passou a chamar erroneamente de Kung Fu . Na China o termo Kuo Shu, que significa arte nacional, também é usado, na acepção de arte marcial.



Os primeiros registos fiéis de Kung Fu foram encontrados em ossos e cascos de tartarugas da Dinastia Shang (1766 - 1122 a.C.), embora se acredite que o Kung Fu se tenha desenvolvido muito antes desse período, uma vez que vários machados de pedra, facas e flechas foram desenterrados dum período ao anterior citado na China em recentes escavações.
Na verdade, Huang-Ti, o terceiro dos Três Imperadores de Outono (embora alguns o considerem o primeiro imperador da China) usava espadas de cobre para o combate. Ch'uan fa, ou estilo do punho, como era chamado o Kung Fu no começo, tornou-se muito popular, quando os guerreiros de Chou da China Ocidental derrotaram o monarca da dinastia Shang em 1122 a.C. Durante o período Chou, uma espécie de luta romana chamada jiaoli foi inscrita como uma disciplina militar em conjunto com arco e flecha e a corrida de carruagens.
O período de 770-481 a.C. foi cognominado de Era da Primavera e do Outono e durante esta época, o Kung Fu foi denominado de ch'uan yung, tendo esta arte começado a florescer. O período dos Estados Guerreiros (480-221 a.C.) produziu muitos estrategistas que enfatizavam a importância do Kung Fu na construção de um forte exército.
Conforme mencionado por Sun-tzu na sua obra, A Arte da Guerra, os "Exercícios de luta romana e ataque fortalecem o físico do guerreiro". Dos notáveis mestres de Kung Fu na luta com espadas naquele tempo, muitos eram mulheres, uma delas, Yuenu, foi convidada pelo próprio Imperador Goujian, para expor as suas teorias sobre a arte da esgrima, sendo o termo oficial para o Kung Fu naquela época, chi chi wu (os mesmos caracteres que os usados para o ju jutsu japonês).
As dinastias Ch’in (221-206 a.C.) e Han (206 a.C. - 220 d.C.) presenciaram o crescimento de artes marciais como o shoubo (luta romana) e o shuai-jiao (uma contenda na qual os participantes se defrontam com chifres de boi nas cabeças) e onde o Kung Fu passou chamar-se chi ch'iao, tendo sido inúmeras novas armas incorporadas à arte passando o taoísmo (Filosofia Tao) a influenciar a filosofia de luta.
Na dinastia Jin (265-439 d.C.) e nas dinastias do Norte e do Sul (420-581 d.C.), um famoso médico e filósofo taoísta, integrou no Kung Fu o chi kung (exercícios respiratórios, também chamados Qigong), mantendo-se as suas teorias de poder interior e exterior respeitadas até aos nossos dias. Ge Hong baseou-se muito na pesquisa do seu antecessor Hua T'o, que, durante o período dos Três Reinos (220-265 d.C.), criou um método de movimento e respiração chamado wu chien shi, no qual incluía a imitação dos movimentos do pássaro, do veado, do urso, do macaco e do tigre, e referia-se o facto de que Hua T'o ter recebido ajuda de um sacerdote taoísta chamado Chin Ch'ien. As obras de Hua T'o e Ge Hong foram um dos mais relevantes marcos do desenvolvimento dos exercícios de Kung Fu. O seguinte grande desenvolvimento da história do Kung Fu também surgiu durante as dinastias do Norte e do Sul: a chegada de Bodhidharma.
Assim a história das artes marciais começa a tomar uma forma mais concreta a partir do século VI, quando no ano 520 A.D. um monge budista indiano chamado Bodhidharma (28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen) deixou o seu país e partiu numa longa jornada em busca da Iluminação Espiritual. Bodhidharma (conhecido na China como Tao Mo e no Japão como Daruma) viajou da Índia para a China, pernoitando nos templos que encontrava pelo caminho e pregando a sua doutrina aos monges ou a quem quer que com ele se cruzasse e procura-se "a luz". Depois de ter perambulado por boa parte do território chinês, o destino conduziu-o ao Templo Shaolin, localizado na província de Honan.
Diz a lenda que, ao penetrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inactividade, tendo então que incitar os monges a prática de uma série de exercícios físicos, ao mesmo tempo em que transmitia-lhes os fundamentos da filosofia Zen, com o objectivo de reabilitá-los tanto física quanto espiritualmente. Os exercícios ensinados por Bodhidharma eram baseados em métodos de respiração profunda e yoga, e seus movimentos assemelhavam-se a técnicas de combate. A prática desses exercícios rapidamente se tornou uma tradição no templo, vindo mais tarde a atingir um estado de evolução tal que pôde ser considerada como um verdadeiro e completo sistema de autodefesa: o Shaolin Kung Fu, que no Japão é conhecido como Shorinji Kempo.
Esta arte marcial em ascensão logo mostrava sua eficiência, primeiro com relação à restabelecida saúde dos monges, e segundo como método de defesa pessoal propriamente dito, posto em prática contra bandoleiros que por uma ou outra vez saqueavam o templo, de quem os monges noutros tempos eram considerados presas fáceis. A reputação dos monges lutadores espalhou-se pela China velozmente, fazendo com que o Shaolin Kung Fu se difundisse amplamente pelo país, principalmente durante a Dinastia Ming (1368-1644), vindo mais tarde a conquistar outros países da Ásia e a dar origem a outros estilos de artes marciais, tais como o Karate em Okinawa.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Simon & Garfunkel - Sound Of Silence

Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.

In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
'Neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence.

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one dared
Disturb the sound of silence.

"Fools" said I, "You do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you."
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence.

And the people bowed and prayed
To the neon god they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the sign said, the words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls.
And whisper'd in the sounds of silence."

Encontrei...o Silêncio




"Cresci e passei os meus anos entre os sábios, e não encontrei nada melhor do que o silêncio."

Textos Judaicos - "Pirkei Avot 1,17" 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Rag Pahadi

Sítio Exacto


Sei que não acaba 
o teu prazer, 
nem o meu. 

Alguém 
ama connosco 
e nos leva 
ao sítio exacto 
das estações. 

Nem o sono 
depois nos pertence, 
quinhão de outros 
herdado após amarem. 

António Osório in "O Lugar do Amor"

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Muse - Uprising



The paranoia is in bloom, the PR
The transmissions will resume
They'll try to push drugs
Keep us all dumbed down and hope that
We will never see the truth around
(So come on!)

Another promise, another scene, another
A package not to keep us trapped in greed
With all the green belts wrapped around our minds
And endless red tape to keep the truth confined
(So come on!)

They will not force us
They will stop degrading us
They will not control us
We will be victorious

Interchanging mind control
Come let the revolution take its toll if you could
Flick the switch and open your third eye, you'd see that
We should never be afraid to die
(So come on!)

Rise up and take the power back, it's time that
The fat cats had a heart attack, you know that
Their time is coming to an end
We have to unify and watch our flag ascend

They will not force us
They will stop degrading us
They will not control us
We will be victorious

Hey .. hey ... hey .. hey!

They will not force us
They will stop degrading us
They will not control us
We will be victorious

Hey .. hey ... hey .. hey!

O Jogo de Forças



A beleza começou por ser uma explicação que a sexualidade deu a si-própria de preferências provavelmentente de origem magnética. Tudo é um jogo de forças, e na obra de arte não temos que procurar "beleza" ou coisa que possa andar no gozo desse nome. Em toda a obra humana, ou não humana, procuramos só duas coisas, força e equilíbrio de força - energia e harmonia.
Perante qualquer obra de qualquer arte - desde a de guardar porcos à de construir sinfonias - pergunto só: quanta força? quanta mais força? quanta violência de tendência? quanta violência reflexa de tendência, violência de tendência sobre si própria, força da força em não se desviar da sua direcção, que é um elemento da sua força?

Fernando Pessoa in "Correspondência"

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Arabic Chill Out Music - Tamally Maak - Always With You



"Na acção, sê primitivo; na antevisão, um estratego."

René Char

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

The Offspring - Have You Ever

Queda

"A grandeza do homem consiste em que ele é uma ponte e não um fim; o que nos pode agradar no homem é ele ser transição e queda." 

Nietzsche , Friedrich in "Assim Falava Zaratustra"

domingo, 17 de janeiro de 2010

Blasted Mechanism - All the way


I’ve got plans for today
The plan is going all the way
I’ve got nothing to pay
But I plan on going all the way
I’ve got plans for the game
The plan is get you going all the way
Cause I’ve got something to say
I plan on going all the way

I’ve got new plans and I’m a culprit
Keep the secret semi-piercing through the membrane
Break the mirror through the window
Drop the needle, stepping higher every minute
Got no reason to surrender
Put ideas in this splendour
Grab a armor, make it tender
You’re the protector, you’re the defender

I’ve got plans for today
The plan is going all the way
I’ve got nothing to pay
But I plan on going all the way
It’s on my time of pray
I pray for going all the way
I’ve got something to say
I’m gonna get you all the way

Unite your brothers, unite your tribes
Unite yourselves, yeah just tonight
Unite the sun, unite the child
Unite in one, unite and fly
Unite the sound, unite the light
Unite in truth, unite and fight
Unite your world, unite tonight
Unite yourselves, yeah just tonight

I’ve got something to say
I plan on going all the way
Yes, I’ve got something to pray for
I pray for going all the way
See, I’ve got plans for today
The plan is get you going all the way
I’ve got something to say
I’m gonna get you all the way

Unite your brothers, unite your tribes
Unite yourselves, yeah just tonight
Unite the sun, unite the child
Unite in one, unite and fly
Unite the sound, unite the light
Unite in truth, unite and fight
Unite your world, unite tonight
Unite yourselves, yeah just tonight

I’m gonna get you all the way
Cause I’ve got plans for today
I plan on going all the way
It’s on my time of pray
I pray for going all the way
Yes I’ve got something to say
I’m gonna get you all the way

Desejo Insaciável




Tudo quanto possuis te parece pequeno; tudo quanto possuo me parece grande. O teu desejo é insaciável, o meu não. Olha a criança enfiando a mão num jarro de gargalo estreito tentando retirar as nozes e os figos ali contidos: se enche a mão, não a pode tirar, e põe-se então a chorar. 
- Deixa algumas nozes e poderás tirar as restantes! 
Tu também: deixa o teu desejo ir-se embora, não ambiciones muitas coisas, que algo obterás. 

Epicteto in "O Festival Da Vida"

sábado, 16 de janeiro de 2010

Artes Marciais - Kalaripayat


Com o tempo os conceitos das Artes Marciais primordiais encontraram terreno fértil para emergirem “a luz do dia” na Índia, baseando os seus princípios de desenvolvimento na relação com a saúde, a filosofia e a religião. 

Os Kshátriyas, a classe guerreira da Índia, eram praticantes assíduos de artes marciais muito antigas conhecidas por Kalaripayat ou Kaláripayatu e o Vajramushti, originárias da região de Kerala. 
Khalorika, em sânscrito, traduz-se pelo "local onde se pratica as técnicas marciais”, crendo-se que a palavra Kaláripayatu tenha daí surgido, uma vez que Kalari significa "escola" e Payatu significa "arte marcial".
Já no que concerne ao significado de Vajramushti, Vajra é "bastão, ceptro", e Mushti entende-se como "soco, pancada". Porém temos que referir que o Vajramushti é confundido e interpenetra-se com o próprio Kalaripayat. 
O Kalaripayat pode ser referido como a Arte Antiga do "Marma", isto é, dos 108 pontos vitais no corpo humano (Sthula Sharira ou Físico Denso). A essência do Kalaripayatu reside em ajudar a manter uma harmonia exterior e interior no homem e a sua transposição para a sociedade sendo estas artes mais divulgadas como sendo de condicionamento espiritual e mental, físico e emocional do Ser Humano, do que uma mera arte de luta. Contudo há uma procura constante de vigorizar a mente através de exercícios físicos e Yoga, fazendo valer a máxima, “o vigor da mente, é o vigor de corpo".
Kalaripayatu é assim uma fusão única de práticas espirituais, mentais e físicas, onde o treino segue rituais precisos no Gurukula, (residência dos mestres), tendo em atenção uma preparação física, ética e espiritual bastante exigente ministrada aos seus praticantes. 
O Kalariguru, Mestre de Defesa Pessoal, é o guia dos seus estudantes através dum caminho que visa permitir-lhes estarem sempre prontos para qualquer situação na vida. 
Desta forma, a medicina Ayurvedica tradicional emparelha-se com o Kalaripayatu e o seu nome é designado por "Kalarichikitsa" e tem por base a identificação dos marmas (pontos vitais), os quais são tratados com massagens e óleos essenciais do Ayurveda e ervas medicinais prescritas pelos Gurus. O Kalaripayatu tem uma raiz elementar na qual se desenvolve uma prática quer sem armas quer com estas, sendo as usuais, os bastões longos ou curtos, as lanças, a espada, etc.
Como figuras proeminentes e detentoras de elevadíssimos conhecimentos destas artes temos, Siddhartha Gautama - Buda - praticante assíduo e o monge Bodhidharma (Príncipe de Tamil Nadu), tendo este último levado consigo na sua peregrinação em prol do Budismo, os conhecimentos de Kalaripayatu e do Vajramushti e introduziu-os na China (daqui foram transmitidos para o Japão, e depois para outras terras e países).Na China, o Kalaripayatu e o Vajramushti adoptaram o nome de Kung Fu. No Japão, estas artes foram desenvolvidas dentro do sistema feudal vigente onde a classe guerreira eram os samurai, criando-se e desenvolvendo-se o Karate-do e o Kempo. 
A idade dourada de Kalaripayatu abarcou desde o século XIII ao século XVIII, período em que as técnicas foram mais divulgadas e praticadas publicamente. Já no século XIX, os colonialistas Britânicos declararam o Kalaripayatu e o Vajramushti como técnicas ilegais e a sua prática e ensino foi gradualmente extinta. Poucos mestres ensinavam estas artes, e quando isto ocorria, tal ensino era feito reservadamente. 
Actualmente, o Kalaripayat é de novo difundido em todo o mundo com especial incidência no seu país natal, a Índia, por sua vez o Vidya Yoga mantém na sua codificação a prática desta arte marcial tendo os praticantes desta vertente de Yoga a oportunidade de conhecer a base elementar do Kalaripayat e do Vajramushti.



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Muse - Supermassive Black Hole



Oh baby don't you know I suffer?
Oh baby can't you hear me moan?
You caught me under false pretences
How long before you let me go?

oooh...You set my soul alight
oooh...You set my soul alight

(oooh...You set my soul alight)
Glacier's melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive

(oooh...You set my soul alight)
Glacier's melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive

I thought I was a fool for no-one
Oh baby I'm a fool for you
You're the queen of the superficial
And how long before you tell the truth

oooh...You set my soul alight
oooh...You set my soul alight

(oooh...You set my soul alight)
Glacier's melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive

(oooh...You set my soul alight)
Glacier's melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive
(sucked into the supermassive)

Supermassive black hole
Supermassive black hole
Supermassive black hole
Supermassive black hole
ohhhhhhhhh ohhhhhhhh
Glaciers melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive

Glaciers melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive

(oooh...You set my soul alight)
Glacier's melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive

(oooh...You set my soul)
Glacier's melting in the dead of night
And the superstars sucked into the supermassive

Supermassive black hole
Supermassive black hole
Supermassive black hole
Supermassive black hole

Vislumbre




A horas flébeis, outonais - 
Por magoados fins de dia - 
A minha Alma é água fria 
Em ânforas d'Ouro... entre cristais... 


Mário de Sá-Carneiro in "Indícios de Oiro"



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

The Smiths - What Difference Does It Make?


All men have secrets and here is mine 
So let it be known 
For we have been through hell and high tide 
I think I can rely on you ... 
And yet you start to recoil 
Heavy words are so lightly thrown 
But still I'd leap in front of a flying bullet for you 

So, what difference does it make ? 
So, what difference does it make ? 
It makes none 
But now you have gone 
And you must be looking very old tonight 

The devil will find work for idle hands to do 
I stole and I lied, and why ? 
Because you asked me to ! 
But now you make me feel so ashamed 
Because I've only got two hands 
Well, I'm still fond of you, oh-ho-oh 

So, what difference does it make ? 
Oh, what difference does it make ? 
Oh, it makes none 
But now you have gone 
And your prejudice won't keep you warm tonight 

Oh, the devil will find work for idle hands to do 
I stole, and then 
I lied Just because you asked me to 
But now you know the truth about me 
You won't see me anymore 
Well, I'm still fond of you, oh-ho-oh 

But no more apologies 
No more, no more apologies 
Oh, I'm too tired 
I'm so sick and tired 
And I'm feeling very sick and ill today 
But I'm still fond of you, oh-ho-oh 

Oh, my sacred one ... 
Oh ...

A Sinceridade



"A sinceridade é uma abertura do coração. Encontramo-la em muito poucas pessoas, e essa que vulgarmente por aí se vê não passa de uma astuta dissimulação para atrair a confiança alheia."

La Rochefoucauld , François

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Escuridão


"Não deve prometer andar na escuridão aquele que não viu o anoitecer."
Tolkien, John

El Lamento del Vampiro



Vosotros, todos vosotros, toda
esa carne que en la calle
se apila, sois
para mí alimento,
todos esos ojos
cubiertos de legañas, como de quien no acaba
jamás de despertar, como
mirando sin ver o bien sólo por sed
de la absurda sanción de otra mirada,
todos vosotros
sois para mí alimento, y el espanto
profundo de tener como espejo
único esos ojos de vidrio, esa niebla
en que se cruzan los muertos, ese
es el precio que pago por mis alimentos.

Leopoldo Maria Panero

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Joy Division - Love will tear us apart


When routine bites hard
and ambitions are low.
And resentment rides high
but emotions won't grow.
And we're changing our ways
taking different roads.

Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.

Why is the bedroom so cold
turned away on your side?
Is my timing that flawed
our respect run so dry?
Yet there's still this appeal
that we've kept through our lives.

Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.

Do you cry out in your sleep,
all my failings expose?
Gets a taste in my mouth
as desperation takes hold.
Why is it something so good
just can't function no more?

Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again...

O Sexo



Neste corpo, a densa neblina, quase um hábito,
lentamente descida, sedimento e sede,
subtilmente o acalma. Ancora que se desloca,
movediça e infirme. Só no olhar, além

da luz e da cal, se distinguem os desejos
e a mestria das palavras. E não há remos
nem astros. Convido a neblina a esta
mesa de chumbo, onde nada levanta o fogo

solar ou os signos se alteiam. É a hora
em que o corpo treme e a sombra lavra as frouxas
manhãs. O que serão as tardes, sob a névoa,

quando o vigor agoniza e o vão das águas abre
o caos e os ecos? Estaremos em paz,
usando a palavra, última herdeira das areias.

Orlando Neves, in "Decomposição - o Corpo"

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

The Gift - Fácil de Entender




Talvez por não saber falar de cor, imaginei 
Talvez por saber o que não será melhor, aproximei 
Meu corpo é o teu corpo, o desejo entregue a nós 
Sei lá eu o que queres dizer 
Despedir-me de ti 
Adeus um dia voltarei a ser feliz 
 
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor 
Não sei o que é sentir 
Se por falar falei, pensei que se falasse 
Era fácil de entender 
 
Talvez por não saber falar de cor, imaginei 
Triste é o virar de costas, o último adeus 
Sabe Deus o que quero dizer 
Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim 
Olhar para mim, escutar quem sou 
E se ao menos tudo fosse igual a ti 
 
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor 
Não sei o que é sentir 
Se por falar falei, pensei que se falasse 
Era fácil de entender 
 
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor 
Não sei o que é sentir 
Se por falar falei, pensei que se falasse 
Era fácil de entender 
 
É o amor que chega ao fim 
Um final assim assim, assim 
É mais fácil de entender 
 
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor 
Não sei o que é sentir 
Se por falar falei, pensei que se falasse 
 É mais fácil de entender 
 
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor 
Não sei o que é sentir 
Se por falar falei, pensei que se falasse 
Era fácil de entender

domingo, 10 de janeiro de 2010

sábado, 9 de janeiro de 2010

Artes Marciais - Início



Muitas pessoas acreditam com uma certa naturalidade que as Artes Marciais são técnicas de luta apreendidas com o propósito da guerra, o que na realidade não é o caso, pois, em comparação com as capacidades técnicas que um praticante marcial detém, as técnicas para a guerra residem em grande parte na força e brutalidade.
De facto, as Artes Marciais tiveram a sua origem provavelmente nos indivíduos que aprendiam métodos de autodefesa contra ataques de animais e outros humanos, tendo estas primitivas formas de defesa sido estudadas, refinadas e sistematizadas durante o decorrer de muitos séculos. Grupos de pessoas exploraram este conhecimento para se protegerem a si e aos que os rodeavam e neste processo de desenvolvimento das Artes Marciais, ideias relacionadas com a longevidade e a natureza da nossa existência interligaram-se com estas.
Há uma ideia generalizada na qual se pensa nas Artes Marciais como tendo raízes antiquíssimas, contudo são poucas as pessoas que percebem o curso actual que o desenvolvimento das mesmas teve, uma vez que, a História das Artes Marciais é tão antiga como a própria civilização em si. Existem estudos universitários com base no tema da “Origem das Artes Marciais”, os quais revelaram provas concludentes da prática de técnicas a estas associadas na zona da Mesopotâmia, o Berço da Civilização. Estas origens foram delineadas reportando a um período anterior a qualquer civilização ter existido na China ou ao Longínquo Este sendo que algumas destas técnicas primitivas são ainda utilizadas nas Artes Marciais de hoje em dia, uma vez que passam de geração em geração, podendo-nos referir que mesmo a milhares de anos atrás existia contacto entre as diferentes regiões, quer através do comércio, quer através da conquista de territórios espalhando desta forma as pessoas e as suas ideias para novos lugares, vindo com o tempo os conceitos das Artes Marciais primordiais a encontrar terreno fértil para emergirem “a luz do dia” na Índia, baseando os seus princípios de desenvolvimento na relação com a saúde, a filosofia e a religião.
Conforme as Artes Marciais se desenvolviam também o secretismo a elas associado o fez e as pessoas compreenderam o valor deste conhecimento e tentaram esconde-lo dos outros, resultando daqui que muito foi perdido.
Sabemos que a religião budista se desenvolveu na Índia e que muitos “Homens Santos” viajaram deste país para todo o mundo com especial incidência na China, conjecturando-se que estes homens seriam praticantes de Artes Marciais com o intuito de se defenderem na sua jornada e acabando por trazer este conhecimento para os locais onde se dirigiam (neste caso especialmente para a China). Juntamente a estes conhecimentos Marciais vieram outro tipo de conhecimentos relacionados com a saúde e com a atitude em relação a vida. Uma vez introduzidas na China as Artes Marciais floresceram envolvendo inúmeros praticantes e durante muitos séculos, contudo, os chineses atalharam a história deste processo utilizando um conto em torno de um “Homem Santo” – Bodhidharma.
Bodhidharma de seu nome Indiano, era um Budista o qual se pensava pertencer a uma família de alto Status social, que relegou para sempre a fortuna que lhe viria um dia a pertencer e partiu em busca de “iluminação”. Vagueou pela China até que chegou a um pequeno mosteiro nas montanhas Songshan por volta do ano 520 A.D.
Lá, Bodhidharma, de nome Ta-Mo em chinês, introduziu aos monges a pratica do que viria a ser chamado de Budismo Zen. Os budistas Zen praticam longos períodos de meditação estática de forma a conseguirem atingir o estádio de “iluminação”, fazendo parte da dita lenda que o próprio Ta-Mo meditou continuamente numa caverna durante nove anos “ouvindo o grito das formigas”. Para auxiliar os monges a melhorar a sua condição física ele ensinou-lhes exercícios que eram na sua essência Artes Marciais. Este mosteiro passou a ser conhecido desde então até aos nossos dias como “Templo de Shaolin”, e onde constatamos que a lenda reporta a introdução das Artes Marciais como componente de um sistema mais alargado visando a Saúde, a Filosofia e a Religião.
Com o passar dos Séculos onde se seguiu a evolução das artes Marciais, a China continuou a desenvolver-se até que passou a ser conhecida como a “casa mãe das Artes Marciais”. Durante este período do seu desenvolvimento estas artes espalharam-se pelos outros países Asiáticos incluindo o Japão, a Coreia e as Filipinas, tendo nos dias de hoje estes países a sua própria tradição de Artes Marciais influenciadas pela base Chinesa.


WHO AM I ???

A minha foto
Wait until the war is over And we're both a little older The unknown soldier