sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mitologia - Heróis * Héracles *


Héracles, na mitologia grega (Hércules, na mitologia romana) era filho de Zeus e Alcmene (neta de Perseu) sendo concebido graças a um engodo deste (Zeus), uma vez que se tinha deixado encantar com a beleza de Alcmene, adquiriu a forma do seu marido, Anfitrião (General Tebano que estava na Guerra dos Sete Chefes), e possuiu-a.

Como filho de um deus e uma mortal, Héracles era também mortal e aquando do seu nascimento, Zeus profetizou aos Olímpicos que a próxima criança a nascer na Casa de Perseu seria o Senhor de Micenas. Hera (Esposa de Zeus), cheia de ciúmes pelo amor adúltero de seu marido e uma mortal, atrasou o nascimento de Héracles permitindo que Eurystheus, filho de Nikkipe, nascesse primeiro, tornando-o Senhor de Micenas e relegando Héracles para segundo plano.

Contudo, ainda não satisfeita com a perca do trono do filho de sua rival, Alcmene, Hera engendrou uma cilada para matar o bébé:

Duas terríveis serpentes forma soltas em casa de Héracles e rastejaram até ao seu quarto sem serem notadas, subiram ao berço onde estava o pequeno Héracles e enrolaram-se em redor do seu pescoço e foi, então, que se deu a sua primeira demonstração de força, pois com as suas próprias mãos matou as duas cobras.

Alcmene e o seu padastro ficaram admirados, porém assustados, com tal demonstração precoce da sua força. Anfitrião pressentindo a existência de algo de especial naquela criança, decidiu chamar Tirésias, o profeta de Zeus, para escutar os seus conselhos. Este por sua vez anunciou que Héracles seria o libertador quer da terra e quer dos mares de muitos monstros e haveria de vencer os gigantes e que no final da sua vida seria recebido no próprio Olimpo.

Orgulhoso do seu pretenso filho, Anfitrião, encarregou-se de lhe dar a melhor educação possível, daí encarregar vários mestres para a tarefa entre os quais se destacava Lino, filho de Apolo, incumbido de lhe ensinar música.

Héracles, embora fosse habilidoso não aceitava bem as críticas e detestava receber punições e um certo dia quando Lino o criticou mais veemente durante uma de suas lições, Héracles, não se conteve e atirou sua lira a sua cabeça, resultando na morte do seu mestre.

Anfitrião, temeroso dos problemas que a força desmedida do seu "filho" pudessem causar, enviou o jovem arrependido para os Montes Citéron, onde devia vigiar seus rebanhos e assim Héracles cresceu e tornou-se no homem mais forte de toda a Grécia.

A sua primeira grande façanha deu-se quando se dirigia a Beócia, cidade próxima de Tebas, local onde perseguiu e matou apenas com as mãos um enorme leão que devorava os rebanhos de Anfitrião e de Téspio. A caçada durou cinquenta dias consecutivos, durante os quais Héracles foi hóspede de Téspio, que por sua vez aproveitou para unir cada uma das suas cinquenta filhas com ele, de maneira a criar uma aguerrida descendência, conhecidos pelos Tespíadas.

Mais tarde, por livrar a cidade de Tebas de um tributo que tinha de pagar à de Orcómeno, o rei da Beócia, Creonte (filho de Meneceu), casou-o com a sua filha mais velha, Mégara. Mas a vingança de Hera ainda não tinha sido saciada e assim, num acesso de loucura provocado por esta, Héracles matou os seus próprios filhos tidos com Mégara.

Após recuperar a sanidade, Héracles foi a Delfos consultar um oráculo sobre o meio de se redimir desse crime e poder continuar com uma vida normal. O oráculo ordenou-lhe que servisse, durante doze anos, o seu primo Eurystheus, rei de Micenas e de Tirinto.

Pondo-se ao serviço do rei, que era simpatizante de Hera (que não cessava de perseguir os filhos adulterinos de Zeus), impôs a Héracles com a oculta intenção de o eliminar, doze perigosíssimos trabalhos.

Doze trabalhos dos quais Héracles saiu vitorioso e que foram os seguintes:

1.º) No Peloponeso, estrangulou o Leão da Neméia (filho dos monstros Ortro e Equidna) à segunda tentativa, pois a primeira tentativa tinha sido infrutífera. O leão até a sua morte era fonte de devastação da região e os seus habitantes não o conseguiam matar. Acabada a luta; Héracles, arrancou a pele ao animal com garras deste e passou a utilizá-la como vestuário, convertendo-se a criatura na constelação de leão;

2.º) Matou o monstro filho de Equidna e do bisavô do leão de Neméia: a Hidra de Lerna. Serpente com corpo de dragão misturado com o de um cão e com nove cabeças (uma delas parcialmente de ouro e imortal), que se regeneravam mal eram cortadas, exalando um vapor que matava quem quer que estivesse por perto. Segundo a lenda, este monstro tinha sido criado por Hera para matar Héracles, contudo ele conseguiu matá-la cortando as suas cabeças enquanto o seu sobrinho Iolau impedia a sua regeneração queimando as suas feridas com tições em brasa. Hera vendo que estava a perder a luta, enviou ajuda à serpente (um enorme caranguejo) mas Héracles assim que o avistou pisou-o e o animal converteu-se na constelação de caranguejo. Aproveitando a morte da Hidra e o seu veneno, Héracles, banhou as suas flechas no sangue da serpente para que estas ficassem envenenadas;

3.º) Conseguiu alcançar e capturar em corrida a corça do Monte Cerineu, detentora de chifres de ouro e pés de bronze, sendo consagrada à deusa Ártemis. A corça corria com assombrosa rapidez e nunca se cansava, porém Héracles conseguiu-a suplantar;

4.º) Capturou vivo o javali de Erimanto perseguindo-o até a exaustão durante horas. Quando o levou a presença de Eurystheus, este ao ver o animal nos ombros do herói, teve tamanho medo que se foi esconder dentro de um caldeirão de bronze. As presas do animal foram mostradas no templo de Apolo em Cumas;

5.º) Limpou num só dia os currais do rei Aúgias, que continham três mil bois e que há trinta anos que não eram limpos. Os currais estavam tão fedorentos que exalavam um gás mortal e Héracles para poder executar a tarefa desviou dois rios;

6.º) Matou no lago Estínfalo, com as suas flechas envenenadas, as estinfálidas monstros cujas asas, cabeça e bico eram de ferro, sendo o seu gigantesco tamanho motivo pelo qual conseguiam interceptar no voo os raios do sol.

7.º) Domou o touro de Creta, mandado por Poseídon contra Minos;

8.º) Castigou Diómedes, filho de Ares, que possuí-a cavalos que vomitavam fumo e fogo, e aos quais ele dava a comer todos os estrangeiros que naufragavam durante as tempestades e davam à sua costa. O herói entregou-o à voracidade dos seus próprios animais;

9.º) Venceu as amazonas, e arrebatou-lhes a rainha Hipólita, apossando-se do seu cinturão mágico;

10.º) Matou o gigante Gerion, monstro de três corpos, seis braços e seis asas, e tomou-lhe os bois que se encontravam guardados por um cão de duas cabeças e um dragão de sete;

11.º) Colheu as maçãs de ouro do Jardim das Hespérides, revelando-se este trabalho o mais difícil de todos, pois para encontrar o jardim, Héracles percorreu quase todo o mundo. Após o ter encontrado teve ainda que matar o dragão de cem cabeças que o guardava para isso pediu a Atlas que o matasse e durante o trabalho foi o próprio Héracles que sustentou o céu nos ombros;

12.º) Desceu ao palácio de Hades e de lá trouxe vivo Cérbero – o mastim de três cabeças, guardião do submundo.

Após cumprir estas doze tarefas, desobrigou-se de servir o seu parente Eurystheus, e uma vez que sentiu que não podia mais viver com Megara, por ter morto os seus filhos, consentiu que esta desposasse Iolaus, seu companheiro de feitos e batalhas.

Após esses trabalhos Héracles entregou-se a muitos outros, por sua livre vontade, na defesa dos oprimidos tais como matar, no Egipto, o tirano Busíris que sacrificava todos os estrangeiros que aportavam ao seu Estado; libertar Prometeu que encontrou acorrentado por Zeus no cume do Cáucaso, entregue a uma águia que devorava o seu fígado; estrangular o gigante Anteu que, em luta, recuperava a força sempre que conseguia tocar, com os pés, o solo; separar os montes Calpe (da Espanha) e Ábilia (da África), abrindo assim o estreito de Gibraltar, etc.

Por fim, Héracles chegou à Calidon, nas terras do rei Eneu, cuja encantadora filha chamada Dejanira tinha atraído graças a sua beleza como pretendente o deus-rio Aquelos, mas Dejanira recusava-se a casar com ele e foi, então, que Héracles se ofereceu também como pretendente. O rei Eneu cauteloso e não querendo contrariar nenhum dos dois poderosos seres prometeu a mão da sua filha ao vencedor do duelo entre ambos.

Como a princesa preferia Héracles, Aquelos, furioso transformou-se numa enorme serpente e investiu contra ele, contudo foi repelido, mas não se dando por vencido transformou-se novamente embora desta vez em touro e de novo arremeteu. O herói enfrentou-o, pela segunda vez, só que foi um encontro mortal para Aquelos pois quebrou-lhe os chifres levando-o a morte. Desposou Dejanira, com quem teve um filho, Hilo.

Os três seguiram, então, viagem em direcção a Tráquis onde vivia um amigo de Héracles e a chegarada ao rio Eveno, encontraram o centauro Nesso, que em troca de uma moeda atravessava os viajantes pelo rio.

Héracles dispensou a ajuda, mas o centauro transportou Dejanira nos seus ombros e a meio da travessia, enlouquecido pela beleza da mulher, ousou tocá-la de maneira impúdica. Héracles ouviu os gritos de sua mulher, e com uma flecha acertou as costas de Nesso, sendo esta talvez a mais trágica demonstração de sua ira, pois o centauro antes de morrer disse à Dejanira que guardasse seu sangue e o usasse num encantamento para manter para sempre o amor de Héracles.

Assim, Dejanira, teceu uma bela camisa que banhou com o sangue do centauro morto, de forma a ficar completamente uniforme e no dia em que Héracles ia realizar um sacrifício aos deuses em agradecimento à mais uma vitória, enviou-lhe o presente. Héracles vestiu a camisa e foi tomado de dores terríveis e feridas incuráveis, tinha chegado a hora do grande guerreiro e iria ser este o seu fim. Ao ver o que aconteceu com o seu marido, Dejanira, plena de remorso, suicidou-se.

Hércules pediu aos seus amigos para ser levado para o monte Eta com o intuito de cumprir o que tinha sido proferido por um oráculo, indicando que ele terminaria os seus dias naquele monte. Pediu, então, aos seus amigos que fizessem uma pira e queimassem o seu corpo mesmo antes de ele morrer.

A pira foi preparada e sobre ela deitou-se Héracles, enquanto as chamas ardiam, raios de sol brilharam forte no céu para fortalecer as labaredas e uma nuvem de fumo cobriu a pira, durante a qual trovões soavam no céu.

Quando os seus companheiros procuraram os seus restos mortais nas cinzas da pira, nada foi encontrado, o que serviu como prova que seu corpo tinha ascendido ao Olimpo.

E na realidade, lá no alto, foi recebido como um dos imortais tendo a própria Hera finalmente aceite sua presença, apaziguando sua ira, recebendo Héracles a mão da deusa Hebe, da eterna juventude, como sua esposa.

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