sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Lana Del Rey - Blue Jeans
Blue jeans, White shirt
Walked into the room you know you made my eyes burn
It was like James Dean, for sure
You so fresh to death & sick as ca-cancer
You were sorta punk rock, I grew up on hip hop
But you fit me better than my favorite sweater, and I know
That love is mean, and love hurts
But I still remember that day we met in December, oh baby!
I will love you till the end of time
I would wait a million years
Promise you'll remember that you're mine
Baby can you see through the tears?
Love you more
Than those bitches before
Say you'll remember, oh baby, say you'll remember
I will love you till the end of time
Big dreams, gangster
Said you had to leave to start your life over
I was like: "no please, stay here,"
We don't need no money we can make it all work
But he headed out on Sunday, said he'd come home Monday
I stayed up waitin', anticipatin' and pacin' but he was
Chasing paper
"Caught up in the game" that was the last I heard
I will love you till the end of time
I would wait a million years
Promise you'll remember that you're mine
Baby can you see through the tears?
Love you more
Than those bitches before
Say you'll remember, oh baby, say you'll remember
I will love you till the end of time
You went out every night
And baby that's alright
I told you that no matter what you did I'd be by your side
Cause Ima ride or die
Whether you fail or fly
Well shit, at least you tried.
But when you walked out that door, a piece of me died
I told you I wanted more-but that not what I had in mind
I just want it like before
We were dancin' all night
Then they took you away- stole you out of my life
You just need to remember...
I will love you till the end of time
I would wait a million years
Promise you'll remember that you're mine
Baby can you see through the tears?
Love you more
Than those bitches before
Say you'll remember, oh baby, say you'll remember
I will love you till the end of time
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Filme da Semana: À Fria Luz do Dia
“À Fria Luz do Dia” é um thriller de ação que conta no elenco com Henry Cavill (“Imortais”), Bruce Willis e Sigourney Weaver. O filme centra-se num jovem americano, cuja família é raptada durante umas férias em Espanha. Resta-lhe somente algumas horas para descobrir a ligação entre o desaparecimento e os segredos do seu pai.
Sinopse:
Quando Will Shaw (Henry Cavill) chega a Espanha para passar uma semana de férias com a família a bordo de um veleiro, o jovem e stressado empresário não está propriamente com disposição para diversões. A sua mais recente empresa enfrenta problemas e o relacionamento tenso que tem com MARTIN (Bruce Willis) o seu pai disciplinador, só vem piorar o ambiente.
Mas quando a sua família é raptada por o que se revela serem agentes secretos, dispostos a tudo para recuperar uma misteriosa pasta, Will torna-se um foragido. O seu mundo fica virado do avesso quando Martin reaparece, revelando ser um agente secreto envolvido numa teia de mentiras e segredos inter-governamentais.
Com o tempo dados pelos raptores a esgotar-se, envolvido um assassinato que não cometeu e com um grupo de assassinos americanos em sua perseguição, Will foge para Madrid, enquanto tenta juntar as peças desta conspiração tão labiríntica como as ruas antigas da cidade. Em quem pode ele confiar? E onde está a misteriosa mala que parece ser a chave recuperar a sua família em segurança?
Um filme de acção realizado por Mabrouk El Mechri que conta com a participação de Henry Cavill, Bruce Willis, Sigourney Weaver e Verónica Echegui.
in BestCine
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Os Amigos
no regresso encontrei aqueles
que haviam estendido o sedento corpo
sobre infindáveis areias
tinham os gestos lentos das feras amansadas
e o mar iluminava-lhes as máscaras
esculpidas pelo dedo errante da noite
prendiam sóis nos cabelos entrançados
lentamente
moldavam o rosto lívido como um osso
mas estavam vivos quando lhes toquei
depois
a solidão transformou-os de novo em dor
e nenhum quis pernoitar na respiração
do lume
ofereci-lhes mel e ensinei-os a escutar
a flor que murcha no estremecer da luz
levei-os comigo
até onde o perfume insensato de um poema
os transmudou em remota e resignada ausência
Al Berto in "Sete Poemas do Regresso de Lázaro"
GNR - DUNAS
terça-feira, 26 de junho de 2012
Quanto Sinto, Penso
Severo narro. Quanto sinto, penso.
Palavras são idéias.
Múrmuro, o rio passa, e o que não passa,
Que é nosso, não do rio.
Assim quisesse o verso: meu e alheio
E por mim mesmo lido.
Ricardo Reis in "Odes"
segunda-feira, 25 de junho de 2012
É o Fim que Confere o Significado às Palavras
Apenas as palavras quebram o silêncio, todos os outros sons cessaram. Se eu estivesse silencioso, não ouviria nada. Mas se eu me mantivesse silencioso, os outros sons recomeçariam, aqueles a que as palavras me tornaram surdo, ou que realmente cessaram. Mas estou silencioso, por vezes acontece, não, nunca, nem um segundo. Também choro sem interrupção. É um fluxo incessante de palavras e lágrimas. Sem pausa para reflexão. Mas falo mais baixo, cada ano um pouco mais baixo. Talvez. Também mais lentamente, cada ano um pouco mais lentamente. Talvez. É-me difícil avaliar. Se assim fosse, as pausas seriam mais longas, entre as palavras, as frases, as sílabas, as lágrimas, confundo-as, palavras e lágrimas, as minhas palavras são as minhas lágrimas, os meus olhos a minha boca. E eu deveria ouvir, em cada pequena pausa, se é o silêncio que eu digo quando digo que apenas as palavras o quebram. Mas nada disso, não é assim que acontece, é sempre o mesmo murmúrio, fluindo ininterruptamente, como uma única palavra infindável e, por isso, sem significado, porque é o fim que confere o significado às palavras.
Samuel Beckett in "Textos para Nada"
Depeche mode... Enjoy the silence
domingo, 24 de junho de 2012
Eu não Quero o Presente, Quero a Realidade
Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.
Alberto Caeiro in "Poemas Inconjuntos"
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Billy Idol - Shock To The System
Woah yeah
It was a night, L.A., burning bright
Oh what a night
Say yeah,come on
It makes my world stand still
Ahh riot, rape, race and revolution, ah yeah
Here come the fire, and my world burns still
Yoww say yeah
Well, you can rock this land baby yowww
Like a shock to the system
I feel good, well alright
Like a shock to the system
Say yeah, ain't it irie
It was a night
Hell of a night, L.A., it really was
Oh what a riot
I said yeah, come on
It makes my life feel real
Fear police and civil corruption oh yeah
Is there a man who would be king
And the world stood still
Ah yeah loud
You can rock this land baby
Yeahhh
Like a shock to the system
It feel good, well alright
Like a shock to the system
I said yeah, come on baby
Shock to the system
Feel good, well alright
Like a shock, shock to the system
I say yeah, I say yeah, I say yeah
Come on baby
Yeah, well you can rock this land baby
Like a shock, shock to the system
It feel good, well alright
Like a shock to the system
I say yeah
Ain't it irie
Shock to the system
It feel good, well alright
Like a shock to the system
I say yeah
I say yeah
I say yeah, come on baby
Shock to the, shock to the
Shock to the system
Loud I gotta
Shock to the, shock to the
Shock to the system
Yeah I gotta
Shock to the, shock to the
Shock to the system
Yeah I gotta
Shock to the, shock to the
Shock to the system
You could be king
Or I could be king
Yeah well
You could be king
Or I could be king
Well I gotta
You could be king
Say it louder
The world still burns
You could be king
I could be king
Yeah well
You could be king
Say it louder
I could be king
You could be king
Say it louder
The world still burns
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Filme da Semana: Citizen Gangster
“Citizen Gangster”, um filme baseado em factos verídicos, com o ator Scott Speedman (“Underworld”, “Underworld: Evolution”), sobre um veterano da 2ª Guerra Mundial que se torna assaltante de bancos para poder sustentar a família, durante um período complicado das suas vidas.
Sinopse:
“Citizen Gangster” acompanha um homem de família vira assaltante de banco, desiludido pelas circunstâncias do pós-guerra, Eddie Boyd está dividido entre a necessidade de prover para sua jovem família, ou ir atrás de um sonho não realizado de ir para Hollywood para se tornar uma estrela.
Ele descobre uma maneira de fazer as duas coisas, roubar bancos ao estilo de Hollywood, mas o seu sonho leva-o por um caminho de perigo e tragédia.
O filme, baseado em factos verídicos, é escrito e realizado por Nathan Morlando, e no elenco temos, Scott Speedman, Kelly Reilly, Kevin Durand, Joseph Cross, William Mapother, Brendan Fletcher e Brian Cox.
in BestCine
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Hojo Undo
Hojo undo (em japonês: 補助運動, hojo undō, auxílio ao treino) é o conjunto de técnicas/exercícios de artes marciais que visam o condicionamento físico e mental do Budoca, melhorando, desta forma, a sua força física, a sua coordenação motora, a sua consciencialização do ambiente, a sua resistência, a sua postura e a sua simetria.
É um metodo de treino típico do Karate das escolas tradicionais e não se confunde com o condicionamento físico, mas vai mais além, pois pretende tornar o corpo mais resistente de modo a proporcionar à pessoa uma espécie de “armadura”. Nesta forma tradicional são utilizados instrumentos simples, feitos de fibras, madeira e pedras, no treino isolado ou com o auxílio de outra pessoa.
É um metodo de treino típico do Karate das escolas tradicionais e não se confunde com o condicionamento físico, mas vai mais além, pois pretende tornar o corpo mais resistente de modo a proporcionar à pessoa uma espécie de “armadura”. Nesta forma tradicional são utilizados instrumentos simples, feitos de fibras, madeira e pedras, no treino isolado ou com o auxílio de outra pessoa.
ADDING POWER TO THE FIGHTING TECHNIQUES OF KARATE
Hojo Undo means ‘supplementary training’, and using these tools is the key for developing the devastating power of karate techniques. Without Hojo Undo, a practitioner cannot reach the profound strength levels required for a lifetime of karate training.
This book details how to construct and use many training tools; provides accurate mechanical drawings, comprehensive training methods, and an historical context to understand why Hojo Undo was created in ‘old’ Okinawa.
- Warm up exercises
- Detailed construction drawings
- Build your own Hojo Undo tools!
- Learn how to use the tools to develop devastating power
- Link your increased power to fighting techniques
- Hear what Okinawan Masters say about Hojo Undo training
terça-feira, 19 de junho de 2012
Loucura Subjectiva
Às vezes não tenho tanto a certeza de quem tem o direito de dizer quando um homem é louco e quando não é. Às vezes penso que não há ninguém completamente louco tal como não há ninguém completamente são até a opinião geral o considerar assim ou assado. É como se não fosse tanto o que um tipo faz, mas o modo como a maioria das pessoas o encara quando o faz.
William Faulkner in "Na Minha Morte"
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Pecado Original
Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?
Será essa, se alguém a escrever,
A verdadeira história da humanidade.
O que há é só o mundo verdadeiro, não é nós, só o mundo;
O que não há somos nós, e a verdade está aí.
Sou quem falhei ser.
Somos todos quem nos supusemos.
A nossa realidade é o que não conseguimos nunca.
Que é daquela nossa verdade — o sonho à janela da infância?
Que é daquela nossa certeza — o propósito a mesa de depois?
Medito, a cabeça curvada contra as mãos sobrepostas
Sobre o parapeito alto da janela de sacada,
Sentado de lado numa cadeira, depois de jantar.
Que é da minha realidade, que só tenho a vida?
Que é de mim, que sou só quem existo?
Quantos Césares fui!
Na alma, e com alguma verdade;
Na imaginação, e com alguma justiça;
Na inteligência, e com alguma razão —
Meu Deus! meu Deus! meu Deus!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!
Álvaro de Campos in "Poemas"
domingo, 17 de junho de 2012
Sonhos sem Ilusões
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos. Atingirás assim o ponto supremo da abstenção sonhadora, onde os sentimentos se mesclam, os sentimentos se extravasam, as ideias se interpenetram. Assim como as cores e os sons sabem uns a outros, os ódios sabem a amores, e as coisas concretas a abstractas, e as abstractas a concretas. Quebram-se os laços que, ao mesmo tempo que ligavam tudo, separavam tudo, isolando cada elemento. Tudo se funde e confunde.
Fernando Pessoa in "O Livro do Desassossego"
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Heroes Del Silencio - Oración
Pierdo el tiempo pensando en lo esencial
que a veces dejo pasar.
¡cuántos instantes he ignorado ya
capaces de haberme cambiado!
Y no hay oración
capaz de decidir por mí
¡oh, señor!, no queda otra opción
y jamás me vuelvo a arrepentir.
Siempre hay una disyuntiva
ante la cual siempre hay que elegir,
no queda otra alternativa
rápidamente hay que decidir
Y no hay oración
capaz de decidir por mí
¡oh, señor!, no queda otra opción
y jamás me vuelvo a arrepentir.
Y no hay oración
capaz de decidir por mí
¡oh, señor!, no queda otra opción
y jamás me vuelvo a arrepentir...
que a veces dejo pasar.
¡cuántos instantes he ignorado ya
capaces de haberme cambiado!
Y no hay oración
capaz de decidir por mí
¡oh, señor!, no queda otra opción
y jamás me vuelvo a arrepentir.
Siempre hay una disyuntiva
ante la cual siempre hay que elegir,
no queda otra alternativa
rápidamente hay que decidir
Y no hay oración
capaz de decidir por mí
¡oh, señor!, no queda otra opción
y jamás me vuelvo a arrepentir.
Y no hay oración
capaz de decidir por mí
¡oh, señor!, no queda otra opción
y jamás me vuelvo a arrepentir...
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Filme da Semana: Cosmopolis
“Cosmopolis” é uma parceria entre Paulo Branco e o realizador canadiano David Cronenberg. O filme é uma adaptação ao cinema do premonitório livro que Don DeLillo escreveu em 2003, antecipando os problemas económicos com que o mundo se depara nestes dias. O filme aborda temas da sua eleição: como o orgânico e o psicológico estão interligados, bem como as ansiedades e as fobias da sociedade, ao reprimir impulsos e permitir que a loucura assuma o controlo.
Sinopse:
Eric (Robert Pattinson), um golden boy de 28 anos, fez da sua vida um microcosmos obsessivo e violento do mundo de hoje em dia. Uma obra frenética e visual, numa unidade de tempo e lugar- 24 horas em Nova York.
Um filme de David Cronenberg cineasta visionário do colapso do mundo, adaptação de um romance entre o real e o virtual, onde o protagonista penetra num labirinto de imagens contraditórias e assimétricas, é uma promessa de luz para cada espectador.
Realizado por David Cronenberg, a partir de um romance de Don DeLillo, conta com produção de Paulo Branco e interpretação do actor Robert Pattinson à frente de um elenco que inclui Paul Giamatti, Juliette Binoche, Mathieu Amalric e Samantha Morton. O filme está em estreia absoluta no Festival de Cannes, onde compete pela Palma de Ouro.
in BestCine
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Os Teus Beijos, Meu Bem, Tuas Carícias
Os teus beijos, meu bem, tuas carícias,
Teus afagos, teus íntimos abraços,
São apertados nós que dás nos laços
Que prendem nossas ditas vitalícias.
Deixa gabar os deuses co'as delícias
Que disfrutam nos seus etéreos Paços,
Que estas, que nós gozamos por espaços
São, Marília, reais, não são fictícias.
Ora na tua ideia um pouco finge,
S'um prazer imortal que não se altera
As faces divinais com rosas tinge:
Se o chão que em teus olhos reverbera,
Se a ternura sem par que a mim te cinge
Durasse um dia, o sol sua luz perdera.
Teus afagos, teus íntimos abraços,
São apertados nós que dás nos laços
Que prendem nossas ditas vitalícias.
Deixa gabar os deuses co'as delícias
Que disfrutam nos seus etéreos Paços,
Que estas, que nós gozamos por espaços
São, Marília, reais, não são fictícias.
Ora na tua ideia um pouco finge,
S'um prazer imortal que não se altera
As faces divinais com rosas tinge:
Se o chão que em teus olhos reverbera,
Se a ternura sem par que a mim te cinge
Durasse um dia, o sol sua luz perdera.
Francisco Joaquim Bingre in "Sonetos"
terça-feira, 12 de junho de 2012
Insiste em Ti Mesmo
Insiste em ti mesmo; nunca imites. A todo o momento, podes exibir o teu próprio dom com a força cumulativa de toda uma vida de estudo; mas do talento imitado de outro tens apenas posse parcial e momentânea. Aquilo que cada um sabe fazer de melhor só pode ser ensinado por quem o faz. Ninguém sabe ainda o que seja, nem o pode saber, enquanto essa pessoa não o demonstrar. Onde está o mestre que pudesse ter ensinado Shakespeare? Onde está o mestre que pudesse ter instruído Franklin, ou Washington, ou Bacon, ou Newton? Todo o grande homem é único.
Ralph Waldo Emerson in "Essays"
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Sobre o Caminho
Nada
nem o branco fogo do trigo
nem as agulhas cravadas na pupila dos pássaros
te dirão a palavra
Não interrogues não perguntes
entre a razão e a turbulência da neve
não há diferença
Não colecciones dejectos o teu destino és tu
Despe-te
não há outro caminho
Eugénio de Andrade, in "Véspera da Água"
domingo, 10 de junho de 2012
A Disciplina é Sempre Exterior
A disciplina é sempre exterior, embora nem sempre aplicada de fora. As leis do meu temperamento nunca podem constituir uma disciplina minha. Uma disciplina é um princípio regrador da vida e da obra, que a inteligência aceita como verdadeira, e a sensibilidade aceita por boa. Sem a acção sobre tanto sensibilidade como inteligência, não há disciplina: se a inteligência aceita e a sensibilidade não, há um mero diletantismo; se o inverso, há um conflito esterilizante, anarquisador.
Os românticos eram cristãos da sensibilidade e pagãos do pensamento; os neoclássicos eram cristãos do pensamento e pagãos da sensibilidade. Por isso a arte de uns e de outros resultou débil e, desde nada, caduca.
Os românticos eram cristãos da sensibilidade e pagãos do pensamento; os neoclássicos eram cristãos do pensamento e pagãos da sensibilidade. Por isso a arte de uns e de outros resultou débil e, desde nada, caduca.
Fernando Pessoa in "Ricardo Reis - Prosa"
The Arcade Fire - Wake Up
Somethin' filled up
my heart with nothin',
someone told me not to cry.
But now that I'm older,
my heart's colder,
and I can see that it's a lie.
Children wake up,
hold your mistake up,
before they turn the summer into dust.
If the children don't grow up,
our bodies get bigger but our hearts get torn up.
We're just a million little god's causin rain storms turnin' every good thing to rust.
I guess we'll just have to adjust.
With my lighnin' bolts a glowin'
I can see where I am goin' to be
when the reaper he reaches and touches my hand.
With my lighnin' bolts a glowin'
I can see where I am goin'
With my lighnin' bolts a glowin'
I can see where I am go-goin'
You better look out below!
my heart with nothin',
someone told me not to cry.
But now that I'm older,
my heart's colder,
and I can see that it's a lie.
Children wake up,
hold your mistake up,
before they turn the summer into dust.
If the children don't grow up,
our bodies get bigger but our hearts get torn up.
We're just a million little god's causin rain storms turnin' every good thing to rust.
I guess we'll just have to adjust.
With my lighnin' bolts a glowin'
I can see where I am goin' to be
when the reaper he reaches and touches my hand.
With my lighnin' bolts a glowin'
I can see where I am goin'
With my lighnin' bolts a glowin'
I can see where I am go-goin'
You better look out below!
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Estreia da Semana: Prometheus
O filme “Prometheus” leva-nos numa expedição espacial em busca do maior de todos os segredos, o que se torna num desafio à perseverança e sobrevivência da tripulação quando confrontada com um pesadelo como a humanidade nunca viu. Com Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Idris Elba, Guy Pearce e Ben Foster, o filme segue uma equipa de cientistas e investigadores numa jornada espacial que vai testar os seus limites mentais e físicos e levá-los até mundos distantes onde eles descobrirão a resposta às questões mais importantes sobre a vida.
Sinopse:
2058. Depois de descoberto um mapa alienígena que estabelece as relações de diversas civilizações ao longo de várias épocas da vida da Terra, a nave Prometheus e a sua equipa de cientistas é enviada aos confins do universo em busca da raça que lhes deu origem.
No entanto, ao descobrirem o grande segredo da criação da vida, deparam-se também com a maior ameaça à sua extinção.
Realizado por Ridley Scott, um filme de ficção científica que tenciona ser o preâmbulo da saga Alien iniciada, em 1979, pelo mesmo realizador. O filme conta com as participações de Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron e Guy Pearce.
in BestCine
quarta-feira, 6 de junho de 2012
A Melhor Maneira de Viajar é Sentir
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidade eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.
Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Para Deus e em Deus com um sussurro soturno.
Sursum corda! Erguei as almas! Toda a Matéria é Espírito,
Porque Matéria e Espírito são apenas nomes confusos
Dados à grande sombra que ensopa o Exterior em sonho
E funde em Noite e Mistério o Universo Excessivo!
Sursum corda! Na noite acordo, o silêncio é grande,
As coisas, de braços cruzados sobre o peito, reparam
Com uma tristeza nobre para os meus olhos abertos
Que as vê como vagos vultos noturnos na noite negra.
Sursum corda! Acordo na noite e sinto-me diverso.
Todo o Mundo com a sua forma visível do costume
Jaz no fundo dum poço e faz um ruído confuso,
Escuto-o, e no meu coração um grande pasmo soluça.
Sursum corda! ó Terra, jardim suspenso, berço
Que embala a Alma dispersa da humanidade sucessiva!
Mãe verde e florida todos os anos recente,
Todos os anos vernal, estival, outonal, hiemal,
Todos os anos celebrando às mancheias as festas de Adônis
Num rito anterior a todas as significações,
Num grande culto em tumulto pelas montanhas e os vales!
Grande coração pulsando no peito nu dos vulcões,
Grande voz acordando em cataratas e mares,
Grande bacante ébria do Movimento e da Mudança,
Em cio de vegetação e florescência rompendo
Teu próprio corpo de terra e rochas, teu corpo submisso
A tua própria vontade transtornadora e eterna!
Mãe carinhosa e unânime dos ventos, dos mares, dos prados,
Vertiginosa mãe dos vendavais e ciclones,
Mãe caprichosa que faz vegetar e secar,
Que perturba as próprias estações e confunde
Num beijo imaterial os sóis e as chuvas e os ventos!
Sursum corda! Reparo para ti e todo eu sou um hino!
Tudo em mim como um satélite da tua dinâmica intima
Volteia serpenteando, ficando como um anel
Nevoento, de sensações reminescidas e vagas,
Em torno ao teu vulto interno, túrgido e fervoroso.
Ocupa de toda a tua força e de todo o teu poder quente
Meu coração a ti aberto!
Como uma espada traspassando meu ser erguido e extático,
Intersecciona com meu sangue, com a minha pele e os meus nervos,
Teu movimento contínuo, contíguo a ti própria sempre,
Sou um monte confuso de forças cheias de infinito
Tendendo em todas as direções para todos os lados do espaço,
A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une
E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim
Não passem de mim, nem quebrem meu ser, não partam meu corpo,
Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira
Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas,
Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos.
Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo.
Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão,
No vasto chão supremo que não está em cima nem embaixo
Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos
Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais.
Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima,
Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo
De chamas explosivas buscando Deus e queimando
A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica,
A minha inteligência limitadora e gelada.
Sou uma grande máquina movida por grandes correias
De que só vejo a parte que pega nos meus tambores,
O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis,
E nunca parece chegar ao tambor donde parte...
Meu corpo é um centro dum volante estupendo e infinito
Em marcha sempre vertiginosamente em torno de si,
Cruzando-se em todas as direções com outros volantes,
Que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço
Mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus.
Dentro de mim estão presos e atados ao chao
Todos os movimentos que compõem o universo,
A fúria minuciosa e dos átomos,
A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,
A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam,
A chuva com pedras atiradas de catapultas
De enormes exércitos de anões escondidos no céu.
Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio
De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma.
Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode,
Freme, treme, espuma, venta, viola, explode,
Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,
Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes,
Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos,
Sobrevive-me em minha vida em todas as direcções!
Álvaro de Campos in "Poemas"
terça-feira, 5 de junho de 2012
O Gosto Pela Contemplação
O poder interior do homem pode-se comparar ao de um rio que, impedido por um dique, forme uma bacia artificial dando assim origem a uma fonte de energia. Mas há séculos que este dique tem uma falha, a bacia está quase vazia, a energia pouco menos que gasta e todas as regiões em volta estão na escuridão. Deve-se portanto reforçar o dique e permitir que o nível da água suba. Por outras palavras, para encontrar uma ideia do homem, isto é, uma fonte de verdadeira energia, necessita-se que os homens reencontrem o gosto pela contemplação. A contemplação é o dique que alimenta de água a bacia. Ela permite aos homens acumular de novo a energia de que a acção os privou.
Alberto Moravia in "O Homem Como Fim"
segunda-feira, 4 de junho de 2012
É Preciso Procurar uma Só Coisa para Encontrar Muitas
Desaparecido o fervor de uma monomania, falta uma ideia central para dar significado aos momentos interiores esparsos. Em suma, quanto mais o espírito está absorvido por um humor dominante, mais a paisagem interior se enriquece e varia. É preciso procurar uma só coisa, para encontrar muitas.
Cesare Pavese in “O Ofício de Viver”
domingo, 3 de junho de 2012
Auto-conhecimento
"Escava dentro de ti. É lá que está a fonte do bem, e esta pode jorrar continuamente, se a escavares sempre."
Marco Aurélio
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- Unknown Soldier
- Wait until the war is over And we're both a little older The unknown soldier