Já não sei qual dos esotéricos antigos dizia que 'o homem deve ser como uma ameixa: macia como a polpa, por fora, e forte como um caroço, no seu interior'.
Os mais opacos dos homens também têm os seus clarões: este assassino toca correctamente flauta; este contramestre que dilacera o dorso dos escravos com chicotadas é talvez um bom filho; este idiota partilharia comigo o seu último bocado de pão. Há poucos a quem não possa ensinar-se convenientemente alguma coisa. O nosso grande erro é querer encontrar em cada um, em especial, as virtudes que ele não tem e desinteressarmo-nos de cultivar as que ele possui.
2 comentários:
Já não sei qual dos esotéricos antigos dizia que 'o homem deve ser como uma ameixa: macia como a polpa, por fora, e forte como um caroço, no seu interior'.
Fizeste-me lembrar isto. :)
Bom fim de semana!
Os mais opacos dos homens também têm os seus clarões: este assassino toca correctamente flauta; este contramestre que dilacera o dorso dos escravos com chicotadas é talvez um bom filho; este idiota partilharia comigo o seu último bocado de pão. Há poucos a quem não possa ensinar-se convenientemente alguma coisa. O nosso grande erro é querer encontrar em cada um, em especial, as virtudes que ele não tem e desinteressarmo-nos de cultivar as que ele possui.
Marguerite Yourcenar, in "Memórias de Adriano"
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