Segundo as crenças gregas, no princípio existia um grande vazio chamado Caos e todas as coisas estavam interligadas, nesta confusão reinava a Noite ou Nyx e surgindo de um lugar desconhecido e num momento mais tarde o Érebo ou Inferno. O Destino e as Moiras/Parcas eram divindades cegas, nascidas do Caos e da Noite, sendo elas quem estabeleciam todos os acontecimentos de então, inclusive submetendo os próprios deuses aos seus desígnios, existindo desta forma e apenas o silêncio e o vazio, até que se deu o nascimento de Amor, que produziu um início de ordem.
Da união de Érebo e Noite nasceram Éter, a luz celestial, e Dia ou Hélios, e o aparecimento de Terra, a mãe universal cujo seu nome é Gaia (personifica a base onde se sustentam todas as coisas). Gaia, gerou sozinha Urano, o Céu Estrelado, e os dois juntos (Gaia e Urano) geram os 12 Titãs (Céos, Créos, Cronos, Febe, Hipérion, Jápeto, Mnemosine, Oceano, Réia, Tétis, Téia, Témis), após os Ciclopes e os Hecatônquiros (Gigantes de Cem Mãos). Segundo a mitologia grega, quando Gaia deu origem aos Titãs, eles fizeram das montanhas gregas, inclusive o Monte Olimpo, os seus tronos, uma vez que eram tão grandes e mal cabiam na crosta terrestre.
Os Titãs, eram liderados por Cronos (Saturno) que desposou Réia (Cibele) sua irmã, a qual lhe deu seis filhos (os Crónidas): três raparigas, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Poseidon e Zeus. Contudo e por medo de ser destronado e vendo o poder que os seus filhos poderiam vir a ter, Cronos, engolia os seus filhos a medida que estes nasciam. Comeu todos os seus filhos excepto Zeus, que graças ao engodo criado pela sua mãe conseguiu enganar Cronos (Réia sabendo que cronos engolia os filhos trocou Zeus por uma pedra enrolando-a num pano e deu-a a Cronos, e este engoliu-a sem se aperceber da troca).
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se do pai, solicitando para esse efeito o apoio de Métis – a Prudência – filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado e então Zeus tornou-se senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega, banindo os tios Titãs para o Tártaro, afastando o pai do trono e tornando-se Senhor dos Deuses.
Organizou assim uma sociedade hierarquizada quanto à autoridade e poder, os deuses do Olimpo, numa plêiade de doze deuses principais (Zeus, Afrodite, Apolo, Ares, Artêmis, Atena, Deméter, Hefesto, Hera, Hermes, Héstia e Poseidon) habitando o monte Olimpo como sucessores por direito dos titãs.
Zeus (Júpiter) era o chefe, senhor de todos os estados, o pai espiritual dos todos os mortais e imortais; Hera (Juno), sua esposa, era a rainha do paraíso e a guardiã do casamento; Hefesto ou Hefaísto (Vulcano), deus do fogo e das artes manuais; Apolo (Febo) era o deus da luz, da poesia e da música; Ares (Marte) o deus da guerra; Atena (Minerva), deusa da sabedoria e da guerra; Artêmis (Diana), deusa da caça e dos animais selvagens; Afrodite (Vénus), deusa do amor; Héstia (Vesta), deusa do coração e da chama sagrada; Deméter (Ceres) a deusa da agricultura; Hermes (Mercúrio) era o mensageiro dos deuses e senhor das ciências e das invenções e Poseidon (Neptuno) o senhor dos mares e oceanos que junto com sua esposa, Anfitrite, originou um grupo de deuses do mar menos importantes, tais como as Nereidas e Tritão.
Assim Zeus deu aos seus irmãos, Poseidon, o mar, a Hades, o inferno foi dado e passou a reinar do Monte Olimpo.
Embora Hades (Plutão), irmão de Zeus e deus dos infernos, fosse um deus importante dentro do pensamento religioso grego, geralmente não era considerado um deus do Olimpo. Governava o sombrio mundo subterrâneo com sua esposa Perséfone (Proserpina ou Cora), um lugar escuro e triste, nas profundezas da terra, povoado pelos espíritos das pessoas que morriam.
Outro deus que originalmente não era tão admirado mas que com o tempo se tornou um dos mais populares, foi Dionísio (Baco), deus do pão e do vinho e do prazer, o qual surgia frequentemente acompanhado por um exército de outros deuses fantásticos, incluindo Centauros e Ninfas. Os Centauros tinham a cabeça e o torso humanos e o corpo de cavalo e as belas e encantadoras Ninfas assombravam os bosques e as florestas. A ele os gregos devotavam muitos festivais, inclusive os de encenações teatrais.
Por fim os Titãs acabaram por se revoltar tentando reconquistar o poder perdido aos deuses e tentaram alcançar o céu, mas foram fulminados por Zeus.
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