(...) Amaterasu, a deusa do sol,
gerou do mar a terra japonesa,
dando ao seu filho e representante,
o Imperador, os três símbolos sagrados:
o espelho, o colar do tesouro e a katana.
Diz a lenda que forma e método de construção da katana do samurai foram estabelecidos no ano 700 por Amakuni. Por volta do ano 900, Yasutsuna forjava excelentes katanas, definindo um estilo padrão de qualidade que pouco mudaram desde então. É vedado tocar na lâmina da Katana com as mãos, o que nem mesmo o armeiro (mestre) fazia nas suas infinitas operações ao forjá-las.
Durante o período que vai do ano 700 até 1876, quando o imperador proíbe o porte dessas katanas, somente os samurais podiam utilizar duas delas: uma longa (katana) e uma curta (wakizashi). O uso desse par de katanas (dai-shô) era privilégio restrito dos samurais.
Submetido ao modelo que constituía a mais alta exigência de formação pessoal a que um homem se poderia propor, o samurai dispensava com sua katana longa a justiça sumária a terceiros, infractores da boa conduta, e com a espada curta aplicava-a a si próprio, como agravo a superiores ou decapitando os que vencera ou justiçara.
Ruth Benedict define bem no seu livro "O Crisântemo e a Katana", a relação entre o homem japonês e a katana:
“Assim como aquele que utiliza a katana é responsável por seu brilho refulgente, assim cada homem deverá aceitar a responsabilidade pelas consequências de seus actos... Neste sentido japonês a katana torna-se não um símbolo de agressão, mas um espelho do homem ideal e responsável (...) Conservam os japoneses, com tenacidade inabalável, a preocupação em se manterem íntegros como uma katana, sempre livres da ferrugem que a ameaça.”
1 comentário:
Muito interessantes, estes apontamentos sobre a cultura japonesa!!
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